Casas Bahia (BHIA3): Veja a íntegra do plano de recuperação extrajudicial para quitar, pelo menos, R$ 2,2 bilhões em dívidas

O plano de recuperação extrajudicial anunciado pela  Casas Bahia (BHIA3) conta com a adesão de credores que representam R$ 2,2 bilhões em dívidas. O montante corresponde a 54,53% da dívida total de R$ 4,1 bilhões, representada, sobretudo, por quatro emissões de debêntures, realizadas entre abril de 2021 e maio de 2023, bem como pela emissão de cédulas de crédito bancário em outubro de 2023.

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Os valores constam da íntegra do plano, divulgada após o fechamento do mercado nesta segunda-feira (29). Segundo o documento elaborado pelo escritório de advocacia Pinheiro Neto, a Casas Bahia “antecipa que não será possível arcar com todos os pagamentos conforme originalmente previstos nos Instrumentos de Dívida Existentes, de modo que sua reestruturação financeiro é necessária.”

Casas Bahia (BHIA3) prevê novas emissões de debêntures

Se aprovada pela Justiça, a reestruturação envolverá a emissão de novas debêntures a serem subscritas pelos credores. Os atuais credores receberão, como pagamento, novas debêntures no valor total de R$ 1,5 bilhão (Parcela Novas Debêntures – 1ª Série). Esses papéis não serão conversíveis em ações da varejista e serão remunerados semestralmente, com juros de 1,5%, mais a variação  da Taxa DI.

Esses papéis vencerão em 28 de novembro de 2029, e sua amortização ocorrerá em quatro parcelas anuais, entre novembro de 2026 e o vencimento. Até 28 de novembro de 2029, a empresa deverá amortizar 25% do principal das novas debêntures.

Uma segunda série de debêntures também será emitida para “credores sujeitos apoiadores”. Esse grupo envolve credores que concordarem em injetar dinheiro novo na Casas Bahia, por meio da subscrição desses papéis. Segundo o plano de recuperação extrajudicial, o objetivo é levantar, no máximo, R$ 2,6 bilhões em novos recursos para reforçar as operações da companhia.

Esses títulos de dívida serão remunerados com juros anuais de 1%, mais variação da Taxa DI. Seu vencimento será em 28 de novembro de 2030. Ao contrário da 1ª série, estas debêntures serão conversíveis em ações, a partir do 18º mês de sua emissão. A decisão de converter os papéis caberá exclusivamente ao debenturistas, podendo exercer a conversão total ou parcial dos títulos. O valor de conversão corresponderá a 80% do preço médio ponderado por volume (VWAP) das ações, calculado com base nos 90 dias que antecederem a data de conversão.

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Uma terceira série de debêntures será emitida e subscrita por “credores sujeitos não apoiadores”. Esses papéis não serão conversíveis em ações, e vencerão em 28 de novembro de 2030. Sua remuneração será de 1% de juros anuais, mais a Taxa DI. Para incentivar a adesão, esses papéis contarão com garantia real.

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Plano de recuperação extrajudicial é bem recebido e ações sobem

As ações da Casas Bahia (BHIA3) dispararam nesta segunda-feira, e fecharam com uma alta de 34,19%, cotadas a R$ 7,30. O salto foi o modo de o mercado sinalizar que gostou do plano apresentado pela varejista para reestruturar suas dívidas. O reperfilamento alonga o prazo médio da dívida de 22 meses para 72 meses e, ainda, reduz em 1,5 ponto percentual o custo médio. Em contrapartida, oferece aos credores a possibilidade de converter parte da dívida em equity.

Os analistas do mercado avaliam o pedido da varejista como “positivo”, pois representa uma melhoria nos fluxos de caixa de curto e médio prazo e diminui os riscos de preocupações com liquidez.

A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI destacam que a recuperação pode melhorar o fluxo de caixa em R$ 4,3 bilhões nos próximos quatro anos. “Isso significa cerca de 8x o valor de mercado atual da BHIA3 de R$ 517 milhões, cujo preço já incorpora a já amplamente conhecida estrutura de capital complexa e situação de fluxo de caixa da empresa”, dizem.

Veja, a seguir, a íntegra do plano de recuperação extrajudicial, publicado pela Casas Bahia (BHIA3) nesta segunda-feira (29):