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Casas Bahia (BHIA3) vê prejuízo chegar a R$ 836 milhões no 3T23

08 nov 2023, 20:43 - atualizado em 08 nov 2023, 21:10
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Prejuízo da Casas Bahia vem pior que o esperado (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

O Grupo Casas Bahia (BHIA3), ex-Via, reportou prejuízo líquido contábil de R$ 836 milhões entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório divulgado pela varejista de e-commerce nesta quarta-feira (8).

O resultado representa uma elevação do saldo negativo apontado no terceiro trimestre de 2022, quando a empresa reportou prejuízo de R$ 203 milhões. O prejuízo operacional, por sua vez, totalizou R$ 684 milhões.

O efeito dos processos trabalhistas e outros na linha foi de R$ 152 milhões no terceiro trimestre.

O resultado veio pior que as expectativas do consenso do mercado, que projetava perdas de R$ 545 milhões, segundo a Bloomberg.

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Receita

A receita bruta consolidada, considerando lojas físicas e o comércio online, sofreu redução de 5,4% em base anual, totalizando R$ 7,84 bilhões, com impacto vindo da redução na receita das lojas físicas e de 9,7% em vendas online.

O desempenho do GMV (volume bruto de mercadorias) bruto total foi de R$ 9,81 bilhões, o que representa uma contração de 4,1% sobre o terceiro trimestre do ano passado. A pressão veio principalmente das operações GMV omnicanal 1P, com destaque para a queda de quase 17% do segmento GMV bruto 1P online.

Com isso, a varejista reportou no trimestre uma receita líquida de R$ 6,59 bilhões, contra saldo de R$ 7 bilhões em 2022.

Ainda, a margem bruta caiu de 30,7% para 23%.

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Ebitda negativo

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado veio negativo em R$ 66 milhões. No terceiro trimestre de 2022, o indicador era positivo em R$ 390 milhões.

E a margem Ebitda ajustada veio desta vez negativa em 1%, contra +5,6% de julho a setembro de 2022.

O saldo de caixa da companhia, incluindo recebíveis, totalizou R$ 2,8 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

A Casas Bahia encerrou o trimestre com dívida bruta de R$ 3,67 bilhões. Incluindo passivo de CDCI e fornecedor convênio, a varejista fechou o período com endividamento de R$ 5,13 bilhões.

Plano de reestruturação ganha forma

Como esforços do plano de reestruturação anunciado na época de divulgação dos resultados do segundo trimestre, a Casas Bahia teve uma redução de R$ 1,5 bilhão de estoque comparado com o terceiro trimestre de 2022. Em relação ao segundo trimestre de 2023, a queda foi de R$ 780 milhões.

Em paralelo, foram fechadas 38 lojas, enquanto três centros de distribuição foram readequados.

Hoje mais cedo, a Casas Bahia anunciou que a estruturação de fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) busca uma captação inicial de R$ 600 milhões. O objetivo do instrumento é otimizar a operação de crediário da varejista.

O FIDC ainda se encontra em fase pré-operacional. Depois da primeira captação, pode ter aportes adicionais. Os aportes nas próximas etapas podem bater os R$ 1,5 bilhão de capital total, de acordo com a empresa.