Varejo

Casas Bahia (BHIA3): Safra rebaixa recomendação para neutra, mas ainda vê potencial de alta de 22% das ações

10 jul 2024, 12:09 - atualizado em 10 jul 2024, 12:09
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(Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

Com uma balança de dois pesos, o JP Morgan rebaixou a recomendação de Casas Bahia (BHIA3) de outperform (equivalente à compra) para neutro

Para o banco, apesar da melhoria na geração de caixa resultante do plano de recuperação em andamento, ainda é preciso aguardar números mais ‘encorajadores’ da margem operacional que sustentem a desalavancagem da empresa e, consequentemente, melhores retornos. 

“Até lá, estamos adotando uma postura mais cautelosa, o que justifica o rebaixamento da recomendação”, escrevem os analistas Vitor Pini e Tales Granello. 

Além disso, a revisão considera a rentabilidade da varejista.

Nas estimativas do banco, o o retorno sobre o capital investido (ROIC, na sigla em inglês) de Casas Bahia deve ser negativo em 4% no final deste ano, um nível mais baixo dos retornos em comparação aos pares Magazine Luiza (ROIC de 4%) e Mercado Livre (ROIC de 49%). 

Mesmo assim, o Safra projeta um preço-alvo de R$ 7 para BHIA3, o que representa um potencial de valorização de 22% em relação ao preço de fechamento da última terça-feira (9). 

No mesmo relatório, o banco elevou a recomendação de Magazine Luiza (MGLU3). 

O Mercado Livre (MELI34) segue como o favorito do setor, também com recomendação de compra. 

“Casas Bahia está em último lugar, pois a empresa está executando um plano de recuperação, com balanço altamente alavancado e retornos limitados”, diz o relatório. 

O que esperar de Casas Bahia 

Para o segundo trimestre, a expectativa dos analistas do Safra é de que Casas Bahia deve reportar mais um trimestre negativo, impactado pelo seu plano de turnaround. Mas os números devem apresentar uma melhora em relação ao primeiro trimestre deste ano. 

Por outro lado, o banco reconheceu os esforços da varejista e os resultados iniciais do plano de recuperação. 

Entre eles, o fechamento de 57 lojas consideradas não rentáveis, a melhoria do capital de giro devido à redução de estoques em cerca de 30 dias e o reperfilamento da dívida — que deve preservar até R$ 3,1 bilhões em caixa até 2026. 

“Mesmo assumindo que a margem EBITDA atingirá 9,8% em 2026, contra 4,3% em 2023, a alavancagem ainda elevada da empresa está a afetar os resultados e estamos a assistir a um nível mais baixo de retornos em comparação com pares”, escrevem os analistas. 

O Safra, por sua vez, estima que a empresa apresente lucro líquido apenas em 2029. 

Por que BHIA3 sobe hoje na B3

Mesmo com o rebaixamento de recomendação pelo JP Morgan, as ações de Casas Bahia (BHIA3) parecem ignorar a revisão negativa. Acompanhe o Tempo Real. 



Os papéis da varejista operam em alta de mais de 3% desde o início do pregão. O movimento é impulsionado pelo fechamento da curva de juros, na esteira dos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries

O alívio também é dado pelo IPCA, que veio abaixo do esperado para junho. Com o dado, a curva apagou a chance de alta da taxa básica de juros, a Selic, em julho — que haviam sido colocadas à mesa quando o dólar bateu R$ 5,70 na semana passada

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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