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Casas Bahia (BHIA3): Operação de Fidc tem potencial interessante a longo prazo, avaliam analistas

14 fev 2025, 15:31 - atualizado em 14 fev 2025, 18:54
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Analistas avaliam positivamente o início da operação do Fidc da Casas Bahia (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

A Casas Bahia (BHIA3) anunciou na quinta (14) o início da operação do seu fundo de investimento em direitos creditórios (Fidc), um passo importante na reestruturação das suas dívidas, que já estava previsto — e atrasado.

Um Fidc nada mais é do que as empresas venderem os valores que têm a receber, como parcelas de financiamentos, duplicatas e cheques, em troca de dinheiro imediato, enquanto os investidores lucram com os pagamentos futuros desses créditos.

O fundo, cuja estruturação foi feita pela Polígono, já possui um compromisso firme de aporte de terceiros e terá um capital inicial de R$ 300 milhões, com a expectativa de atingir o montante de R$ 500 milhões de patrimônio líquido nos próximos meses.

Na avaliação do Santander, o anúncio representa um desenvolvimento positivo, visto que deve permitir que a Casas Bahia otimize sua estrutura de capital, reduzindo principalmente a necessidade de financiar operações de crédito ao consumidor com linhas de crédito bancário, liberando-as para outros propósitos operacionais.

Além disso, Rubens Couto e equipe, que assinam o relatório, esperam que a empresa expanda suas operações de crédito ao consumidor por meio do Fidc. Segundo os analistas, os R$ 500 milhões iniciais de patrimônio líquido esperados nos primeiros meses de operação equivalem à cerca de 9% de sua carteira de crédito do terceiro trimestre de 2024.

“Como resultado, o Fidc não levará a uma redução material no custo de financiamento da empresa, pelo menos inicialmente, embora ofereça um potencial interessante de longo prazo”, ponderam.

O Santander tem recomendação neutra em Casas Bahia, com preço-alvo de R$ 3,90.

Analistas da Genial Investimentos colocam que a operacionalização do instrumento é um gatilho importante para tese.

Os analistas Iago Souza e Nina Mirazon lembram que, atualmente, o funding para fornecer crédito vinha sendo da Casas Bahia, que utilizava captações de CDCI (crédito direto ao consumidor com interveniência) com bancos parceiros para fornecer crédito aos seus clientes, com uma taxa pré-fixada de 18,3%.

No terceiro trimestre de 2024, pontuam que a companhia cresceu a carteira de crédito total em R$ 236 milhões e impactos relevantes devem ser vistos somente ao longo do segundo trimestre, com a aceleração da carteira de crédito dando um gás nas vendas em lojas físicas e digital, diluindo as despesas fixas da companhia.

A recomendação da Genial para BHIA3 é de venda, com preço-alvo de R$ 4.

Nesta sexta-feira, BHIA3 terminou a sessão com alta de 4,05%, a R$ 3,08, na B3.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.