Casas Bahia (BHIA3) interrompe sequência de altas e recua 8% após prejuízo do 4T24; o que fazer com a ação?

As ações da Casas Bahia (BHIA3) interromperam a sequência de altas desta semana em reação ao prejuízo líquido de R$ 452 milhões apurados no quarto trimestre de 2024, conforme o balanço divulgado na quarta-feira (12).
A cifra representa uma melhora de 54,8% em relação ao prejuízo de R$ 1 bilhão apurado no mesmo período de 2023. O resultado foi pior do que o consenso reunido pela Bloomberg, que indicava uma estimativa de prejuízo líquido de R$ 278 milhões no trimestre.
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No pregão desta quinta-feira (13), BHIA3 recuava 8,24%, a R$ 5,01, às 11h49 (horário de Brasília). Acompanhe o tempo real.
Na avaliação da XP Investimentos, os resultados do último trimestre de 2024 foram mistos, com tendências de crescimento de receita e de rentabilidade, mas ainda pressionada por uma alta alavancagem.
A equipe de analistas liderada por Danniela Eiger aponta a rentabilidade como o destaque do relatório de resultados, refletindo a maior qualidade dos estoques, o mix de produtos e o aumento da penetração de serviços e soluções financeiras.
O BTG Pactual coloca que a companhia entregou uma melhora nos números operacionais do quarto trimestre, levando a uma melhora no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que mensura o potencial de geração de caixa operacional.
No 4T24, o Ebitda chegou a R$ 640 milhões uma melhora de 300% em relação ao mesmo trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada ficou em 8%, um avanço de 5,8 pontos percentuais na comparação anual.
O analista Gabriel Disselli e equipe, que assina o relatório do banco, avalia que houve um início de recuperação da receita líquida no trimestre, o que, juntamente com uma melhor margem bruta e iniciativas de corte de custos, levou a melhorias nos números operacionais.
“Apesar disso, ainda vemos uma perspectiva de curto prazo desafiadora, com taxas de juros mais altas e um cenário competitivo difícil”, afirmam.
O BTG Pactual permanece com uma recomendação neutra devido à perspectiva de concorrência acirrada, forte exposição a eletrônicos/eletrodomésticos, altos custos de financiamento e desafios na monetização de créditos fiscais. O preço-alvo é de R$ 3.
Para Iago Souza e Nina Mirazon, da Genial Investimentos, o resultado da Casas Bahia mostra uma consistente evolução na performance de lojas físicas, impulsionado pela sazonalidade positiva da Black Friday e Natal, somada a um crescimento muito maior do que o esperado para carteira de crédito neste trimestre.
Apesar dos avanços, notam que o prejuízo líquido ainda foi expressivo, refletindo o elevado custo financeiro da companhia.
“A fotografia de curto prazo parece promissora, entretanto, é preciso ponderar que a carência de juros da dívida (e principal) dão um certo conforto a Casas Bahia em acelerar o crédito para impulsionar o faturamento e levar o operacional a uma curva de crescimento mais rápido do que o cenário esperado”, ponderam.
A recomendação da Genial para BHIA3 é de venda, com preço-alvo de R$ 4.
4T24 da Casas Bahia
A receita líquida do quarto trimestre de 2024 totalizou R$ 7,98 bilhões, um avanço de 7,6% ante o mesmo período em 2023.
Na linha de SG&A (despesas administrativas, de vendas e gerais), houve uma redução de 2,5% no quarto trimestre de 2024. O número ficou negativo em R$ 1,89 bilhão.
A companhia registrou fluxo de caixa livre de R$ 1,2 bilhão no trimestre, apontado como o maior dos últimos cinco anos.
O volume bruto de mercadorias (GMV) consolidado do quarto trimestre de 2024 cresceu 9,9% na comparação anual, revertendo trajetória dos trimestres anteriores.
Em lojas físicas, houve crescimento do GMV de 16,1% e de 17,1% em vendas de mesmas lojas (SSS). Já o crescimento no GMV 3P (marketplace) foi de 23,7% na base anual, com a receita crescendo 23,4% e take rate de 12,0%.
O GMV é uma importante métrica para mapear tamanho e a escala das operações de vendas, viabilizando uma avaliação do desempenho da plataforma.
O crediário da companhia bateu recorde ao alcançar R$ 6,2 bilhões em carteira ativa, um crescimento de R$ 824 milhões na comparação anual. Apesar da expansão, a inadimplência superior a 90 dias caiu 1,4 ponto percentual na comparação anual, para 8%.
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