Ações da Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) saltam na B3; o que está por trás da forte alta?
As ações da Casas Bahia (BHIA3) e da Magazine Luiza (MGLU3) despontaram como as maiores altas do mercado brasileiro nesta segunda-feira (12), ainda em rescaldo dos balanços do segundo trimestre divulgados pelas varejistas na semana passada.
Os papéis BHIA3 fecharam o pregão com alta de 11,85%, a R$ 5,38. Já MGLU3 liderava os ganhos do Ibovespa (IBOV) inverteu o sinal na reta final do pregão e fechou com eleve queda de 0,08%, a R$ 12,95.
Além dos balanços, há também um fator macroeconômico que impulsiona os papéis. O Boletim Focus do Banco Central (BC), que reúne projeções do mercado de indicadores, manteve as estimativas para câmbio e taxa básica de juros, a Selic, para o final de 2024 estáveis.
Já para 2025, a novidade foi a queda na inflação, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), pela primeira vez desde março — o que reflete no alívio na curva de juros futuros (DIs).
Mas não só. O mercado também precifica a sinalização de afrouxamento monetário nos Estados Unidos a partir de setembro e a retomada do ciclo de cortes na Selic em julho de 2025.
De acordo com o Sistema de Expectativas de Mercado do BC, o consenso é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) corte 0,25 ponto percentual na reunião em questão, o que levaria a Selic para 10,25% ao ano. A partir de então, o mercado projeta mais dois cortes, trazendo a Selic a 9,75% ao ano no final de 2025.
Por consequência, as ações cíclicas — que são mais sensíveis a fatores macroeconômicos, como os juros — ganharam impulso na B3, entre elas, os papéis da Casas Bahia e Magazine Luiza nesta segunda-feira (12).
Contudo, na reta final do dia, a curva de juros renovou máximas em todos os vértices após o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmam que alta da taxa básica de juros, a Selic, está na mesa do Comitê de Política Monetária (Copom).
Destaques do balanço de Casas Bahia
Depois de seis trimestres de prejuízos consecutivos, a Casas Bahia (BHIA3) reportou lucro líquido de R$ 37 milhões entre abril e junho, um ano após o lançamento de seu plano de reestruturação, e revertendo prejuízo de R$ 492 milhões apurado no mesmo período de 2023.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado apresentou queda de 3,5% no comparativo anual, para R$ 452 milhões, com margem Ebitda ajustada 0,7 ponto percentual acima do resultado de um ano antes, em 7%.
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Destaques do balanço de Magazine Luiza
Após enfrentar trimestres de prejuízos e expressivas quedas na bolsa, o Magazine Luiza (MGLU3) obteve o terceiro balanço consecutivo de lucro, superando as estimativas do mercado, no segundo trimestre deste ano.
O destaque, no entanto, foram as melhoras nas margens. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 62% na comparação anual, totalizando R$ 711 milhões, com margem de 7,9%, um aumento de 2,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao 2T23.
Os números agradaram os analistas, que destacam a rentabilidade da companhia mesmo em meio a um cenário macroeconômico difícil e desafios para o comércio eletrônico.