Casas Bahia (BHIA3) dispara pelo segundo dia seguido e acumula alta de quase 80%; é hora de comprar?

As ações da Casas Bahia disparam pelo segundo dia consecutivo na B3. Na máxima do dia, BHIA3 saltou 26,87%, a R$ 5,95. No acumulado do ano, as ações têm disparada de aproximadamente 80%.
Nesta terça-feira (11), os papéis da varejista encerraram as negociações com alta de 10,87%, a R$ 5,19. Acompanhe o tempo real.
Na véspera, Casas Bahia disparou quase 40%, o que levou a companhia a prestar esclarecimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a negociação atípica dos papéis.
A companhia informou não ter conhecimento sobre qualquer ato ou fato relevante não divulgado relacionado aos seus negócios que poderia justificar, explicar ou influenciar a movimentação.
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Analistas atribuíram o avanço a uma pressão dos investidores que têm posição vendida na varejista. De acordo com relatório da XP Investimentos, cerca de 25% das ações da Casas Bahia e do Ponto Frio estão colocadas em posição vendida, o que aponta um alto nível de aposta na queda dos papéis pelos investidores.
O short squeeze é caracterizado pela rápida alta de uma ação, forçando os investidores que apostaram na queda do preço do ativo (chamada venda a descoberto) a recomprarem as ações para conter a perda. É justamente essa recompra que impulsiona ainda mais a disparada da ação.
É hora de comprar Casas Bahia?
Na avaliação de Rafael Ragazi, da Nord Investimentos, as perspectivas para 2025 são positivas, tendo em vista os avanços do plano de reestruturação que a empresa vem conduzindo, além das estratégias de incremento em serviços financeiros e no marketplace.
“No entanto, dada a trajetória recente e os últimos resultados, a recomendação é de cautela, observando os próximos trimestres”, pondera.
O Grupo Casas Bahia divulga o seu balanço referente ao quarto trimestre de 2024 (4T24) na quarta-feira (12), após o fechamento do mercado. Com isso, os investidores terão uma visão completa da fotografia do último ano.
No final de fevereiro, o BB Investimentos apontou em relatório que a Casas Bahia ainda tem o endividamento como um ponto de atenção e deve seguir impactada pela taxa Selic em alta. As despesas financeiras tendem a pesar mais no balanço e a corroer parte das melhorias operacionais que a companhia se propõe, segundo os analistas.
O banco reiterou a recomendação de venda para o papel e cortou o preço-alvo, de R$ 6,70 para R$ 3,80.
Sobre o balanço que será divulgado na quarta, o BB espera números melhores que os de períodos anteriores, apoiado no elevado patamar de concessão de crédito.
“Apesar da vasta experiência nesse tipo de operação, acreditamos que o cenário de alta taxa de juros pode fazer com que a preocupação em relação ao aumento da inadimplência se aprofunde ao longo do ano”, disse o banco em relatório assinado por Andréa Aznar.
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