Casas Bahia (BHIA3): O sinal amarelo para a companhia, segundo a Genial
A Casas Bahia (BHIA3) assume riscos ao aumentar a carteira de crédito em um contexto de Selic alta, disse Genial Investimentos. No entanto, a corretora ponderou que a inadimplência acima de 90 dias segue “bem controlada” entre 8,5% e 9,0%.
A companhia reporta resultados referentes ao terceiro trimestre no dia 13 de novembro, após o fechamento do mercado. A Genial segue com recomendação de venda para o papel e preço-alvo de R$ 4.
A corretora projeta que a Casas Bahia vai reportar uma queda de 55% no prejuízo, que chegará a R$ 372 milhões no terceiro trimestre.
Os analistas da corretora falam em uma recuperação de vendas das lojas físicas, decorrente do crescimento do volume do canal e da concessão de maior crédito da empresa.
Casas Bahia e as consequências do aumento de crédito
Para a Genial, o aumento da carteira de crédito traz consequências no balanço ainda neste terceiro trimestre, como o aumento de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e pressão na margem líquida.
Ainda assim, ela ressalta que o risco pode ser compensado, caso a inadimplência permaneça controlada e a provisão realizada seja suficiente para lidar com a qualidade da carteira de crédito.
“Esse não é um alerta vermelho, mas sim um sinal amarelo, o qual nos comprometemos a monitorar e tecer opiniões à medida que vermos evolução sobre o assunto”, disse a corretora.
A Genial vê um cenário caso o cenário macroeconômico piore e a inadimplência de pessoas físicas volte a subir, custando maiores provisões e impactando negativamente a rentabilidade da companhia no médio prazo.
Para os analistas, no entanto, o risco de crescer a carteira de crédito pode ser bem recompensado no cenário onde a inadimplência siga controlada e a provisão realizada seja suficiente para lidar com a qualidade da carteira de crédito.
Para a carteira de crédito, a corretora projeta que cresça 8,4% comparado ao mesmo período do ano passado, a R$ 5,8 bilhões.
Em Vendas nas Mesmas Lojas a projeção é de aumento de 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado, considerado acima da inflação geral acumulada dos últimos 12 meses que estava em 4,4%.
Além disso, a corretora estima um aumento de 7,4% nos estoques em relação ao trimestre anterior, especialmente em itens de eletrodomésticos e móveis, por causa da Black Friday e os eventos festivos de fim de ano.
No entanto, ela enfatiza que diante da sazonalidade do e-commerce, não seria pouco improvável ver uma piora na alavancagem financeira nesse trimestre – que se normalizaria até o fim do 4º trimestre.