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Casas Bahia (BHIA3) despenca 9% após prejuízo bilionário; o que fazer com as ações?

26 mar 2024, 18:00 - atualizado em 26 mar 2024, 17:58
Megaloja Casas Bahia, Via
Ações de Casas Bahia despencam nesta terça (26) após os resultados divulgados ontem à noite, com prejuízo e queda de receitas (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

As ações da Casas Bahia (BHIA3) despencaram no pregão desta terça-feira (26) após registrar prejuízo líquido contábil de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023, ante perda perda de R$ 163 milhões no mesmo período de 2022.

Com isso, os papéis derreteram 9%, negociados a R$ 6 e nas mínimas de 2024. Com o desempenho negativo hoje, as ações da gigante do varejo caminham para fechar março com o pior desempenho mensal desde setembro do ano passado, com um tombo de mais de 30%.



Reestruturação afeta trimestre ‘fraco’ de Casas Bahia

A head de varejo da XP, Danniela Eiger, e os analistas Gustavo Senday e Laryssa Sumer avaliam que os resultados da varejista foram fracos com a receita líquida e a rentabilidade afetadas pela reestruturação da companhia.

Segundo eles, a “fraca conjuntura macroeconômica e as bases de comparações difíceis”, com o evento Copa do Mundo em 2022, afetaram a receita, enquanto as “iniciativas de reestruturação prejudicaram a rentabilidade”, com o indicador sendo o ponto fraco do balanço financeiro.

Na esteira das receitas, o BB Investimentos destaca o indicador de vendas totais (GMV, na sigla em inglês), que atingiu R$ 11 bilhões, queda de 12% na comparação anual e abaixo das estimativas do banco.

“Todos os canais de vendas reportaram queda de receita. Enquanto o desempenho das lojas físicas foi prejudicado pelo fechamento de 55 lojas no ano passado e pela queda de 5,8% nas vendas mesmas lojas”, diz o relatório do banco assinado por Georgia Jorge.

Ela acrescenta que, diante dessa dinâmica de piora das vendas, a receita líquida recuou 16,2% na base anual, somando R$ 7,4 bilhões no período.

A analista ressalta que a companhia continua vivenciando um momento delicado na operação, em que busca reequilíbrio dos canais de vendas, prioriza a rentabilidade, reduz investimentos e reforço na estrutura de capital.

“Em nossa leitura, esse momento mais desafiador reflete um desequilíbrio entre a relação risco-retorno. Por ora, mantemos a recomendação de venda, até incorporarmos os resultados do quarto trimestre em nosso valuation“, acrescenta Jorge.

O analista de varejo do BTG Pactual, Luiz Guanais, reforça que Casas Bahia apresentou tendência de enfraquecimento da receita no quarto trimestre, assim como nos trimestres anteriores, enquanto a desalavancagem operacional chamou a atenção novamente, alimentando a perspectiva desafiadora para a empresa no curto prazo.

“Diante disso, permanecemos cautelosos devido às perspectivas competitivas do comércio eletrônico, aos altos custos de financiamento da companhia e à incerteza sobre a monetização de créditos fiscais. São fatores que podem prejudicar a capacidade de investir no crescimento das operações e continuar a impactar a estrutura de capital”, diz.

Um ponto positivo nos resultados, vê banco

Por outro lado, o Safra vê que os resultados da gigante do varejo trouxeram um destaque positivo no trimestre. Nesse caso, foi a melhora do capital de giro e um impacto positivo no fluxo de caixa.

O analista Vitor Pini destaca que a Casas Bahia registrou um fluxo de caixa operacional após capex de R$ 648 milhões em 2023, em comparação com um consumo de caixa de R$ 521 milhões em 2022.

“Vemos os resultados como positivos, pois a empresa apresentou Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de R$ 163 milhões no 4T23] melhor que o esperado e um fluxo de caixa após capex positivo. Isso indica que a recuperação começou a dar frutos”, observa.

Contudo, em linha com o BB, ele pondera que o plano de reestruturação afetou o desempenho de vendas da companhia.

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