Casas Bahia (BHIA3): CEO vê 2025 promissor, mas reconhece impacto da Selic; o que fazer com a ação?
Analistas do Santander conversaram com o CEO da Casas Bahia (BHIA3), Renato Franklin, e o diretor de relações com investidores (RI), Gabriel Succar. A gerência da companhia compartilhou uma perspectiva construtiva para o último trimestre de 2024 e para 2025, no entanto, o fantasma de uma Selic a 14,25% já em março do ano que vem paira sobre o mercado — e o varejo sente.
Franklin e Succar destacam que o momentum de vendas da companhia continua positivo, o que pode resultar em margens maiores no próximo ano, contudo, reconhecem que o atual ciclo de aperto monetário pode ter um impacto negativo nas vendas até o segundo semestre de 2025.
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Do lado do crédito, a qualidade da carteira e o perfil dos clientes foram destacados pelos executivos da Casas Bahia, o que deve permitir que a empresa continue aumentando as concessões de crédito.
Em relatório assinado por Ruben Couto e equipe, o Santander avaliar que, no geral, apesar da perspectiva construtiva da administração, a situação fiscal do Brasil, juntamente com a alta alavancagem da empresa no terceiro trimestre de 2024, leva a manutenção da classificação neutra para BHIA3, com preço-alvo de R$ 3,90.
A gerência da varejista mencionou ainda que as vendas para o quartro trimestre de 2024 permanecem positivas, apoiadas pelas boas vendas da Black Friday, que esperam que se estenda para o mês de dezembro.
2025 promissor, mas cenário macro preocupa Casas Bahia
Tendo em vista o forte mercado de trabalho no Brasil, juntamente com os programas sociais do governo, os diretores esperam que o atual forte momento de vendas continue em 2025, ano que parece promissor.
Entretanto, com o indicativo do Comitê de Política Monetária (Copom) de que a Selic atinja 14,25% na reunião de março, o CEO e o diretor de RI observam que existem riscos de desaceleração nas vendas, potencialmente até o segundo semestre de 2025.
Os analistas do Santander apontam que, com expectativas de vendas fortes mantidas em 2025, a administração antecipa ganhos de alavancagem operacional juntamente com disciplina de SG&A (despesas administrativas, de vendas e gerais), gerando ganhos de margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que os analistas estimam em 8,9% em 2025, alta de 180 bps (pontos base) na comparação anual.