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Casa cai para construtoras: Anúncios assustam investidores e ações desabam até 20%; veja quais

05 out 2023, 15:33 - atualizado em 06 out 2023, 17:17
construção civil construtoras imóveis
Ações de construtoras derretem no pregão desta quinta-feira (05) com destaque para duas, após divulgarem comunicados (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

A casa caiu para as ações de construtoras e incorporadas listadas na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (05). Os destaques ficaram para a MRV (MRVE3), que liderou as perdas do índice Ibovespa em boa parte do dia, Tenda (TEND3) e Mitre (MTRE3).

Com isso, os papéis da MRV recuaram 3,61% no pregão de hoje. Enquanto as ações da construtora Tenda recuaram 9,02%, tendo o pior desempenho do setor imobiliário. Ao longo do dia, TEND3 chegou a cair praticamente 10% e os papéis entraram em leilão.

O desempenho negativo da Tenda foi em reação ao fato relevante divulgado ontem à noite (04), no qual a administração da companhia propõe uma futura redução de capital. Segundo a TEND3, a redução proposta é de R$ 419,4 milhões, correspondente ao valor dos prejuízos acumulados referente ao segundo trimestre deste ano.

Desta forma, caso a redução seja aprovada pelos acionistas, o capital social da construtora do segmento de baixa renda passará a ser de R$ 910,7 milhões, dividido em 123 milhões de ações ordinárias.

Contudo, a operação será votada em assembleia geral extraordinária (AGE) convocada para 16 de novembro. A empresa de construção civil quer reduzir o capital para absorver os prejuízos acumulados, de sete trimestres seguidos até o fim de junho.

A Tenda disse ainda que a operação poderá viabilizar o pagamento de dividendos. Entretanto, a distribuição dos proventos aos acionistas ainda dependeria da apuração de lucro em exercícios futuros.

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Construtora compra imóveis de controlador e ações desabam

Já os papéis da Mitre despencaram 16,29%, após perdas de mais 20% ao longo do dia. Desta forma, MTRE3 atingiu seu menor valor desde maio, cotada a R$ 3,70.

O mercado reagiu mal a um movimento inusitado da companhia. O conselho de administração aprovou na semana passada a compra de quatro imóveis em Trancoso, na Bahia, que pertenciam ao acionista controlador da companhia, Fabrício Mitre. O valor de compra foi de R$ 13,5 milhões.

O documento, a ata da reunião do conselho realizada em 27 de setembro, foi publicado ontem à noite no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele dizia que a compra dos empreendimentos será para desenvolvimentos de um projeto imobiliário no local dos empreendimentos.

Em comunicado enviado ao mercado no início da tarde de hoje, a MTRE3 diz que o negócio está relacionado ao rebranding e relançamento da Daslu, marca de luxo de muito sucesso nos anos 90 e começo dos anos 2000 e que foi adquirida recentemente pela Mitre.

Sendo assim, a Mitre assinará empreendimentos imobiliários de altíssimo padrão com a marca Daslu Properties. A empresa prevê que os empreendimentos serão desenvolvidos em 14 meses e deverão ser lançados em breve.

“Reenfatizamos que a Mitre Realty continua focada no seu negócio principal que é desenvolver empreendimentos imobiliários de médio, alto e altíssimo padrão na cidade de São Paulo, que
inclusive contará com um empreendimento com a assinatura Daslu, no bairro dos Jardins [na capital paulista], no ano que vem”, disse a companhia no comunicado.

Com a repercussão negativa, vista pelo tombo das ações, a companhia convocou uma teleconferência extraordinária, realizada hoje à tarde. Nela, os executivos da Mitre explicaram que esses projetos na Bahia e com a marca Daslu terão investimentos de R$ 30 milhões. Além disso, o valor geral de vendas (VGV) deve atingir até R$ 50 milhões.

Contudo, eles deixaram claro que seguem focados no negócio principal, em São Paulo.

*matéria atualizada às 17h40