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EUA não se conterão diante do Brasil, em pontos de discórdia como clima, diz porta-voz de Biden

09 fev 2021, 9:15 - atualizado em 09 fev 2021, 9:37
“Somos de longe os maiores investidores no Brasil, inclusive em muitas das empresas brasileiras mais inovadoras e voltadas ao crescimento, e continuaremos a fortalecer nossos laços econômicos”, disse Jen Psaki (Imagem: REUTERS/Tom Brenner)

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está acompanhando atentamente os acontecimentos do Brasil no que diz respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, mas pretende continuar fortalecendo os laços econômicos e comerciais com o país sul-americano, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, na segunda-feira.

No dia 5 de fevereiro, o governo Biden anunciou um financiamento adicional de 300 mil dólares (o equivalente a 1,5 milhão de reais) de sua Agência para o Desenvolvimento Internacional para fortalecer a reação emergencial brasileira à Covid-19, disse Psaki em uma entrevista coletiva na Casa Branca.

“Somos de longe os maiores investidores no Brasil, inclusive em muitas das empresas brasileiras mais inovadoras e voltadas ao crescimento, e continuaremos a fortalecer nossos laços econômicos e a aumentar nosso relacionamento comercial amplo e crescente nos próximos meses”, disse.

Indagada sobre os clamores de grupos de direitos humanos e de democratas para frear as conversas comerciais com o Brasil devido a preocupações relativas aos direitos humanos e ao meio ambiente, Psaki respondeu que o governo Biden não deixará de manifestar seus receios quando houver diferenças.

“Assim como acontece em muitos de nossos relacionamentos, buscamos oportunidades para trabalhar juntos em questões nas quais existem um interesse nacional conjunto, e obviamente existe um relacionamento econômico considerável, e não nos conteremos em áreas nas quais discordamos, seja o clima, os direitos humanos ou outras.”

No ano passado, o Comitê Orçamentário da Câmara dos Deputados dos EUA criticou a gestão do ex-presidente Donald Trump por sua proximidade com o Brasil.

Em uma carta de junho, o presidente do comitê, Richard Neal, disse que o governo de Jair Bolsonaro mostrou “um desdém completo por direitos humanos básicos” e argumentou que ampliar os laços minaria os esforços dos defensores brasileiros de direitos humanos, trabalhistas e ambientais para “impulsionar o Estado de Direito e proteger e preservar comunidades marginalizadas”.

Nestor Forster, embaixador do Brasil nos EUA, saudou os comentários de Psaki e disse que o Brasil está “totalmente a bordo” para tratar de preocupações ligadas ao desenvolvimento sustentável e à mudança climática e que anseia em expandir os laços comerciais.

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