Meio Ambiente

Carteira ecologicamente correta e lucrativa? Sim, é possível, diz o UBS

20 jan 2020, 17:58 - atualizado em 20 jan 2020, 18:16
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Sem tempo a perder: para o UBS, fracasso ambiental acarretará US$ 2,3 trilhões de desvalorização de ativos (Imagem: Pixabay/nattanan23)

O UBS divulgou, nesta segunda-feira (20), um extenso estudo sobre a relação entre as mudanças climáticas e o retorno esperado pelos investidores. Para a instituição, é difícil, mas possível, montar um portfólio de investimentos que una o melhor dos dois mundos: ser lucrativo e, ao mesmo tempo, contribuir para combater o aquecimento global.

E, antes que alguém pense que isto é apenas conversa de algum eco-chato que conseguiu driblar a vigilância do chefe e publicou um estudo hippie, o banco lembra o básico: se o mundo fracassar na luta contra o aquecimento global, o valor de mercado dos ativos deve cair, pelo menos, US$ 2,3 trilhões.

Em contrapartida, os negócios alinhados à economia de baixo carbono podem gerar um mercado de US$ 26 trilhões, apenas no período de transição – sim, o lucro potencial é mais de dez vezes maior que as perdas potenciais.

O estudo foi divulgado na mesma semana em que será realizado o Fórum Econômico Mundial, em Davos. Entre os dias 21 e 24 de janeiro, o fundador do Fórum, Klaus Schwab, quer convencer a elite global a se engajar em iniciativas que impeçam uma catástrofe ambiental neste século.

Critérios

No que depender do UBS, Schwab contará com um aliado de peso, já que a instituição é um dos maiores bancos de investimento do mundo. “Há um claro apetite dos investidores para direcionar capital para um futuro de baixo carbono, mas há uma lacuna de soluções inteligentes para fechar as contas financeiras”, afirma o banco.

“As barreiras para investimentos sustentáveis incluem investimentos de curto prazo, que só captam os riscos climáticos imediatos, e a ausência de dados padronizados sobre sustentabilidade”, diz o estudo.

Energia Solar
Energia solar: um dos mercados promissores, segundo o UBS (Imagem: Reuters/Alvin Baez)

Apesar das dificuldades, o UBS define que uma carteira ecologicamente correta (e lucrativa) precisa combinar três portfólios. O primeiro é o de “mitigação”, isto é, ativos que reduzam a exposição da carteira aos riscos de atividades que emitem muito carbono, como as petrolíferas.

O segundo portfólio é o de adaptação. Neste, o banco inclui investimentos que aumentem a exposição a soluções inovadoras para problemas relacionados ao clima. O terceiro é o de “transição”, isto é, ativos de empresas que estejam se realinhando aos novos tempos.

Na prática

“Esta é uma abordagem pragmática, flexível e dirigida ao investidor. Minimizar as alocações em companhias mais negativamente afetadas pela mudança climática ajudaria a reduzir os riscos de queda [do portfólio], enquanto elevar a exposição a empresas com modelos de negócios pró-clima pode aumentar as oportunidades de valorização.”

Nunca é demais lembrar que um portfólio não é, necessariamente, feito apenas de ações. Por isso, o UBS observa que uma carteira ecologicamente correta conta com várias alternativas. Entre elas, a participação em fundos de investimento focados em infraestrutura, aportes diretos em projetos e compra de títulos privados de dívida.

O UBS também recomenda prestar atenção no apoio dos acionistas a projetos favoráveis ao meio ambiente. Quanto maior o histórico de apoio do conselho de administração e dos acionistas em geral a esses temas, mais promissora é a empresa para uma carteira verde.

Por fim, entre as área promissoras para alocar os investimentos, o banco lista desde as mais óbvias (geração de energia renovável, como solar e eólica), até novas tecnologias para a administração inteligente de cidades, veículos de baixa emissão de carbono, e métodos de construção ambientalmente sustentáveis.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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