Carros populares: Projeto do governo Lula tem data para ser anunciado; veja o que pode mudar
O retorno dos carros populares se tornou uma prioridade do presidente Lula e do Ministério do Desenvolvimento (Mdic), que deve anunciar a primeira etapa do plano para reduzir os preços de entrada em 25 de maio, no Dia da Indústria, conforme noticiou a Folha de S. Paulo.
Segundo o jornal, a sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) deve ser o palco para o anúncio das medidas. São esperadas linhas de crédito para o setor fabril, reduções tributárias, aumento do índice de nacionalização de bens manufaturados e um programa de financiamento para veículos.
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A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não está envolvida no projeto, visto que não abrange todas as montadoras. Dessa maneira, está sendo negociado diretamente com os fabricantes que possuem carros de entrada.
Em publicação no Twitter, o ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que já conversou com a diretoria da Renault sobre propostas para o setor.
Recebi a diretoria da Renault para debatermos propostas que fortaleçam o setor automotivo. O presidente @LulaOficial está empenhado em retomar o vigor de nossa indústria automobilística, que é grande empregadora. ? Cadu Gomes pic.twitter.com/wuaRAHOfMK
— Geraldo Alckmin ?? (@geraldoalckmin) April 28, 2023
Adesão das fabricantes
Os detalhes do projeto, que será apresentado, é fator crucial para a adesão das fabricantes. A expectativa é de que marcas como Renault, Fiat, Citroën e Volkswagen estejam envolvidas no projeto do novo carro popular, no entanto, a Chevrolet pode ficar de fora.
“O carro depenado, sem conteúdo, não vai de encontro ao que o brasileiro quer”, disse à Folha de S. Paulo o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro.
A substituição do termo “carro popular” por “carro de entrada” nos discursos oficiais é uma demanda das montadoras, no intuito de não sugerir diretamente um veículo barato.
Proposta dos metalúrgicos para carros populares
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMBAC) e a subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entregaram ao presidente Lula um estudo que aponta as possíveis soluções para viabilizar opções por cerca de R$ 50 mil.
“O estudo detalha o setor automotivo e traz diretrizes e propostas do nosso Sindicato que, na nossa avaliação, melhoram substancialmente o setor, preservando e gerando empregos”, explicou o presidente do Sindicato, Moisés Selerges.
“Agora é necessário que a taxa básica de juros baixe para que haja acesso a financiamentos mais baratos. O Banco Central tem que ter responsabilidade com os empregos e os trabalhadores, essa é uma de suas finalidades. É abusivo e inaceitável o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manter a taxa em 13,75% ao ano”, afirmou.
Os sindicalistas englobam no estudo caminhões, ônibus e automóveis. Confira algumas das propostas voltadas para os carros:
- Promover o lançamento imediato de modelos “populares”, com linhas de crédito de longo prazo;
- Incentivar a produção de veículos que considerem grau de nacionalização e quantidade mínima de etapas do processo de fabricação no país;
- Ampliar o programa de estímulo à renovação das frotas de táxis;
- Constituir programa especial de estímulo à renovação dos automóveis operando em aplicativos de transporte;
- Transição do mix de veículos rumo à descarbonização ao longo dos próximos 12 anos;
- Revisar alíquotas de importação de veículos elétricos alinhada à existência de projetos de fabricação nacional.