Carros populares: Lula brinca sobre prorrogação do programa, enquanto montadoras alertam para fim de descontos
O programa de crédito tributário do governo para reduzir o preço de carros novos já é considerado um sucesso diante da velocidade de adesão das fabricantes de automóveis. Neste contexto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou nesta quinta-feira (15) que a medida poderá ser prorrogada.
A declaração do presidente aconteceu durante a reunião ministerial desta quinta (15). Após apresentação do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), sobre os números do programa, Lula teria classificado a iniciativa como um “sucesso” e afirmado que o governo “vai querer prorrogar o incentivo”.
Entretanto, após a reunião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou que não está nos planos do governo a prorrogação do programa de incentivo aos fabricantes de automóveis. Segundo ele, o comentário do presidente Lula foi apenas uma brincadeira diante do bom resultado apresentado por Alckmin.
“Não é plano do governo. É admirável a energia [do presidente Lula]. Ele fez uma brincadeira quando foi feito relato por Alckmin de que programa estava tendo sucesso, ele fez uma brincadeira, não está no planejamento do governo”, disse Costa ao ser questionado sobre a declaração de Lula.
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Programa de incentivo às montadoras pode acabar no próximo mês
Por meio de uma medida provisória, o governo destinou R$ 500 milhões em crédito tributário para que as montadoras possam dar descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil no preço final de carros novos de até R$ 120 mil. Além disso, a medida em caráter provisório tem a duração máxima de quatro meses.
Com só duas semanas de lançamento do programa, as fabricantes de veículos já consumiram R$ 150 milhões dos recursos destinados à redução do preço dos carros zero km — a quantia representa 30% do total. Com isso, as montadoras preveem que o programa precise ser encerrado no próximo mês.
Neste contexto, cresce a pressão do setor automotivo para que o governo Lula destine mais recursos ao programa, além de ampliar o período de vigência da ação. Porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (14) que não há margem para elevar o crédito tributário destinado às montadoras.