Economia

Carros populares: Como Haddad quer proteger motoristas de Uber

05 jun 2023, 19:29 - atualizado em 06 jun 2023, 13:55
Governadores
O ministro enfatizou que, a depender da demanda, essa restrição pode ser prorrogada por mais 15 dias (Imagem: Flickr/ Ministério da Fazenda/ Diogo Zacarias)

O programa do governo para recuperar a indústria automobilística e baratear o carro segue a todo vapor. Nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda Fernando Haddad, em companhia do ministro da Indústria e Comércio Geraldo Alckmin, detalharam os planos da medida.

Entre as preocupações do governo está atender as pessoas físicas e proteger os motoristas autônomos. Segundo Haddad, nos primeiros quinze dias somente esse segmento poderá utilizar a medida.

“Vamos dar a primeira quinzena para as pessoas físicas adquirirem. O medo era de que as locadoras pudessem se apropriar dessa frota rapidamente e o consumidor final, o cara do Uber que está querendo trocar o carro, ficasse a ver navios”, disse.

Além disso, o ministro enfatizou que, a depender da demanda, essa restrição pode ser prorrogada por mais 15 dias.

” Mas isso vamos avaliar nos quinze dias”, completa.

Versão final do programa de carros populares

Ao todo, haverá a previsão de R$ 1,5 bilhão em crédito tributário para as montadoras que se dispuserem a conceder descontos de até R$ 8 mil nos preços dos carros e de até 99,4 mil reais para caminhões e ônibus.

O programa será financiado com a antecipação da reoneração do diesel, com o aumento de 11 centavos por litro da tributação do combustível dentro de 90 dias. No total, a tributação aumentará em 35 centavos, com a reoneração restante entrando em vigor em janeiro. Originalmente, toda a tributação voltaria apenas em 2024.

Haddad disse esperar que a medida vai reduzir a pressão inflacionária em 2024.

Estabelecido em medida provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa entra em vigor de imediato e valerá por quatro meses, disse Alckmin, prevendo que dentro desse prazo as taxas de juros cairão, permitindo a retomada do crédito no setor.

Em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, Haddad afirmou que R$ 500 milhões serão usados para cobrir os créditos tributários para o setor de automóveis, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus. O programa acabará quando os recursos disponíveis se esgotarem ou após o período de quatro meses.

No caso dos automóveis, os descontos vão de 2 mil a 8 mil reais e serão aplicados nos carros de até 120 mil reais, com base em critérios que levam em conta também eficiência energética e densidade industrial. Nos caminhões e ônibus, os descontos serão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.

Com Reuters

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