Carros populares: 3 ações ganham e uma perde com novas medidas, avalia XP
O Governo Federal anunciou as medidas que vão reduzir o preço dos chamados “carros populares” em até 10,96%. Conforme apresentado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o conjunto de medidas vale somente para carros de até R$ 120 mil.
Além do preço do veículo, os benefícios tributários vão levar em consideração a eficiência energética e a densidade industrial. Ou seja, carros que poluem menos e que têm suas peças produzidas no Brasil vão receber um desconto maior.
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Na visão dos analistas da XP Investimentos, os setores mais impactados pelas medidas são, principalmente, autopeças e locadoras.
Localiza e Movida
Dessa forma, na avaliação da XP, para Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3), as medidas voltadas para os carros populares devem ter efeito positivo, pela perspectiva de melhora no retorno sobre o capital investido (ROIC).
Ainda, a corretora pontua que, historicamente, medidas similares de redução tributária já foram implementadas pelo Governo Federal, em 2008, 2012 e 2022.
“Em um primeiro momento, esperamos pressão no resultado de curto prazo pelo aumento da depreciação. Assumindo que as montadoras vão repassar preços mais baixos para o consumidor e que o preço dos carros usados siga essa tendência, os veículos atualmente no balanço das empresas diminuem de valor para venda”, comenta Pedro Bruno.
Em contrapartida, o analista pontua que este efeito é compensado no longo prazo e traz melhor perspectiva para o ROIC ao permitir que as locadoras diminuam seu investimento para renovação e expansão de frota ao comprarem carros mais baratos.
“Também, é possível que isto seja um incentivo para a redução da tarifa de aluguel com o intuito de aumentar a demanda pelo produto”, conclui.
Iochpe-Maxion e Fras-Le
Dentre as autopeças, a XP avalia que Iochpe-Maxion (MYPK3) e Fras-Le Mobility (FRAS3) são duas empresas que devem sentir o impacto – positivo para uma e negativo para outra.
“Vemos implicações positivas para Iochpe-Maxion, diretamente favorecida pelo aumento na venda de carros novos que a lei de carros populares deve ocasionar”, comenta o analista de Bens de Capital, Lucas Laghi.
No primeiro trimestre de 2023, as receitas da América Latina representaram 26% da primeira linha da empresa, com veículos leves correspondendo a 40% da receita da região.
Já a Fras-Le deve sentir impacto negativo das medidas, visto que, no curto prazo, um mercado de carros novos aquecido desacelera o envelhecimento da frota brasileira e reduz a demanda por peças de reposição, explica o analista.
“Esse mercado representou 67% das receitas da empresa no mercado doméstico no primeiro trimestre de 2023, com 64% correspondendo a produtos relacionados a veículos leves”, complementa Laghi.