Carreira em engenharia: Com salários de mais de R$ 30 mil, ESG e flexibilidade ditam as tendências para o setor

Executivos estão mais otimistas com o ano que vem e planejam acelerar contratações. É o que aponta o novo Guia Salarial 2023 da Robert Half que registra também a manutenção do aquecimento das áreas relacionadas as engenharias, além das oportunidades crescentes em ESG, temática cada vez mais compreendida pelas organizações.

Conectado com a temática do ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) e lançado no ano 2000, na última década, o Novo Mercado firmou-se como segmento da B3 que reúne empresas com o mais alto padrão de governança corporativa.

Em linhas gerais, ele é destinado à negociação de ações de empresas que adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira.

O ESG e a busca por profissionais

Os reflexões do avanço do tema já são perceptíveis pelo busca de profissionais da área. Somente para o agronegócio, a alta é de 50% na busca por profissionais ligados ao ESG.

De acordo com a diretora da Robert Half, Carolina Cabral, acompanhar as novas tendências é imprescindível e a principal delas está vinculada as questões Ambiental, Social e de Governança, que gradativamente vêm sendo compreendidas e aplicadas pelas empresas brasileiras.

Mas, algumas barreiras ainda existem, como a ausência de áreas dedicadas ao tema dentro das organizações e a falta de profissionais qualificados e especialistas no assunto.

Assim, o que é desafio vira oportunidade. “Trata-se de uma ótima oportunidade para engenheiros de todas as áreas de atuação, já que possuem a oportunidade de agir diretamente no desenvolvimento de produtos e serviços que auxiliem as empresas na redução dos impactos negativos associados à operação e cadeia”, diz ela.

Carreira em engenharia: outras áreas em evidência

Logística e Supply Chain também são, por mais um ano, destaques da área. “Reinventar-se é a palavra de ordem para profissionais e empresas que queiram se manter em evidência”, afirma a diretora da Robert Half.

Com a valorização da logística 4.0, a área de Compras também ganhou força: redução de custos e equilíbrio do orçamento estão entre as principais metas das empresas para 2023. “Dessa forma, a área comercial, por se firmar como um departamento importante para o equilíbrio financeiro das empresas, conquista relevância”, diz Carolina.

Nessa área Gerente de Supply Chain, Comprador, Engenheiro de Aplicação/Vendas, Gerente de projetos/PMO, Gerente de vendas técnicas, Coordenador de S&OP, Engenheiro de EHS/ESG são os profissionais mais procurados.

Já as carreiras do futuro serão procurados Engenheiro de ESG, Gerente de ESG, Engenheiro de dados, Engenheiro de inovação, Engenheiro de Firmware, Especialista de melhoria contínua/Lean/Indústria 4.0.

Flexibilidade é a palavra da vez

Em virtude da baixa taxa de desemprego entre profissionais qualificados, segundo a Robert Half, o mercado presencia uma quantidade muito próxima de vagas para candidatos.

Com isso, além de ganhar mais poder de negociação, os profissionais também estão mais convictos e exigentes em suas prioridades. Com a flexibilidade, sem dúvidas, está no topo delas, destaca a empresa.

Para o diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, Fernando Mantovani, “hoje, os profissionais qualificados são protagonistas do mercado de trabalho. Não é à toa que o primeiro questionamento feito nas entrevistas atualmente é com relação ao modelo de trabalho”, afirma.

O diretor-geral diz que boa parte dos candidatos opta por deixar de participar de processos caso a empresa não ofereça flexibilidade. “Compreender que a escolha da modalidade está intrinsecamente ligada à atração e retenção de talentos é fundamental”.

Preferindo o trabalho híbrido

Para 77% dos trabalhadores, de acordo com a Robert Half, o modelo de trabalho ideal é o híbrido, independentemente da quantidade de dias no escritório.

Em compensação, 17% gostariam de seguir em modelo 100% remoto e apenas 6% em regime integralmente presencial. E é isso que eles levam em conta ao avaliar uma vaga (43%), mais até do que o salário (32%) e os benefícios (17%) oferecidos.

Mesmo com os desafios, os modelos alternativos de trabalho já são uma realidade.

“Por mais desafiador que o processo de implementação do modelo híbrido possa ser, é importante encará-lo como um reflexo dos novos tempos. Caminhar no sentido inverso sem uma justificativa plausível é se prender a uma realidade que não dá indícios de retorno”, afirma Fernando.

Salários em alta

O maior salário para uma área de engenharia é de R$ 30.500 mil para o cargo de Gerente de projetos/PMO em uma empresa de grande porte.

De maneira geral, para os profissionais espera-se como habilidades técnicas a habilidade com idiomas, domínio de sistema de gestão integrada, tech skills, inovação, por exemplo.

Como habilidades comportamentais, espera-se perfil analítico, facilitador, equilíbrio emocional, comunicação, adaptabilidade/flexibilidade e senso de dono.

Confira a perspectiva de remuneração em empresas pequenas e médias, respectivamente, conforme o nível de experiência profissional:

• Gerente de supply chain: P/M – R$ 18.950 | R$ 24.400 | R$ 27.000;
• Engenheiro de EHS/ESG: P/M – R$ 8.100 | R$ 10.500 | R$ 13.050;
• Engenheiro de aplicação/vendas: P/M – R$ 5.950 | R$ 7.750 | R$ 9.750;
• Gerente de projetos/PMO: P/M – R$ 14.550 | R$ 18.850 | R$ 23.600.

Já, em empresas grandes, a perspectiva varia. O Guia Salarial da Robert Half apresenta três faixas salariais por cargo, determinadas pelo nível de qualificação e experiência do candidato, bem como pela complexidade da função ou indústria e setor de atuação:

• Gerente de supply chain: R$ 20.900 | R$ 27.000 | R$ 30.000;
• Engenheiro de EHS/ESG: R$ 11.150 | R$14.400 | R$ 18.050;
• Engenheiro de aplicação/vendas: R$ 8.600 | R$ 11.100 | R$ 13.850;
• Gerente de projetos/PMO: R$ 18.900 | R$ 24.400 | R$ 30.500.

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