Comprar ou vender?

Carrefour (CRFB3) supera expectativas nas vendas, mas analistas têm ressalvas; veja o que fazer com a ação

23 jul 2024, 12:39 - atualizado em 23 jul 2024, 14:24
carrefour
Carrefour superou expectativa de analistas na linha de vendas no segundo trimestre de 2024 (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

O Carrefour Brasil (CRFB3) reportou seus números referentes ao segundo trimestre de 2024 (2T24) na noite de segunda-feira (22), e superou as expectativas de analistas no volume de vendas. No pregão desta terça-feira (23), contudo, as ações performam no campo negativo, com queda de 2,15%, a R$ 10,47, por volta de 12h30.

A varejista de alimentos registrou lucro líquido ajustado de R$ 151 milhões, acima dos R$ 29 milhões registrados no mesmo período do ano anterior, com impulso de crescimento de vendas.

Já as vendas líquidas cresceram 8,1%, para R$ 28,047 bilhões de reais em base anual, enquanto as vendas consolidadas no conceito mesmas lojas, excluindo combustível e sem efeito calendário, subiram 6% na mesma comparação, ante um recuo ano a ano de 3,3% no segundo trimestre de 2023.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 20,2% ano a ano, para R$ 1,609 bilhão, enquanto a receita operacional líquida avançou 7,8% na mesma comparação, a R$ 29,619 bilhões.

O Atacadão, um dos principais negócios da empresa, que responde por mais de 70% das vendas do grupo, teve alta de 13,7% nas vendas no período em relação ao ano anterior, para R$ 20,515 bilhões, com margem Ebitda ajustada 0,4 ponto percentual mais alta, de 6,1%.

A companhia elevou sua projeção de abertura de lojas de 10-12 para 20 novas lojas Atacadão em 2024.

As sinergias do grupo somaram R$ 583 milhões de reais no 2T24, equivalente a R$ 2,3 bilhões em termos anualizados, acima do guidance de 2 bilhões por ano em sinergias até 2025. Dessa forma, ajustou sua meta de sinergias para 3 bilhões até o fim do próximo ano.

“A maior parte das sinergias capturadas até o momento vieram de reduções de custos, que superaram as expectativas iniciais em aproximadamente 1,3 bilhão de reais por ano”, diz o balanço.

Carrefour: analistas veem números positivos, mas com pontos de atenção

Na avaliação do Itaú BBA, a companhia apresentou um segundo trimestre sólido e melhores perspectivas à frente. Ainda, apontam o anúncio do novo guidance de abertura de lojas, a revisão para cima das sinergias do BIG e a amortização do ágio deste como riscos positivos para as estimativas da casa.

No entanto, a tendência contínua de aumento de dias de contas a receber e aumento de despesas financeiras decorrentes do desconto de contas a receber é um ponto a monitorar, na visão do BBA.

Os analistas comentam que a dívida líquida aumentou em R$ 2 bilhões no trimestre, refletindo a deterioração nas tendências de capital de giro causada pelo aumento nas vendas parceladas nas lojas Atacadão, o que veem como um ponto-chave para monitorar futuramente.

“Negociando a 10,7x P/E 2025, vemos uma assimetria positiva entre risco e recompensa”, ponderam. A classificação para CRFB3 é “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”). O preço-alvo é de R$ 15,50.

O BTG Pactual destaca que o resultado foi melhor do que o esperado e embora esperem tendências de melhoria gradual nos próximos trimestres, apoiadas pelos esforços do Carrefour para otimizar seu portfólio de lojas e pela recente recuperação da inflação alimentar, comentam a integração/evolução do Grupo Big significa que os resultados permanecerão sob pressão no curto prazo, principalmente em sua divisão de varejo, tornando o Carrefour uma tese mais arriscada do que seus pares.

Neste cenário, os analistas do banco sustentam a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 13, adicionando que a ação teve um desempenho superior nas últimas semanas (+19% no acumulado do mês), limitando também a valorização no curto prazo.

O Goldman Sachs endossa o coro de que as vendas superaram as expectativas, mas notam que a decisão do Carrefour de impulsionar as vendas com preços mais agressivos e ofertas parceladas pressionou as margens brutas e capital de giro.

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O banco gringo mantém a classificação de compra para Carrefour, mas, assim como o BTG, pontua que a alta recente das ações pode limitar a reação positiva pós-balanço. O preço-alvo é de R$ 14.

Em linha, o Santander também avalia os números como sólidos, com melhorias na rentabilidade aliadas a aumentos da revisão de orientação.

“Esperamos uma reação positiva do mercado, com notícias positivas de melhoria das tendências operacionais e a revisão para cima nas aberturas e na orientação de sinergias, provavelmente ofuscando a falha nos resultados financeiros”, comentam os analistas.

O Santander tem classificação outperfom para CRFB3, com preço-alvo de R$ 16.

O que fazer com as ações do Carrefour?

Banco/Corretora Indicação
Goldman Sachs Compra
Itaú BBA Outperform
Santander Outperform
BTG Pactual Neutra

*Com informações da Reuters

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