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Carrefour (CRFB3): JP Morgan vê potencial para prêmio maior aos acionistas em meio a proposta de fechamento de capital

12 fev 2025, 10:01 - atualizado em 12 fev 2025, 10:02
Carrefour
(Imagem: iStock/Leonidas Santana)

O grupo francês Carrefour lançou uma oferta para fechar o capital da subsidiária brasileira (CRFB3) na B3 oferecendo um prêmio da ordem de 30% em relação às cotações no mercado. Mas os analistas do JP Morgan veem potencial para um valor ainda maior, ainda que considerem baixa a chance de os franceses elevarem a proposta.

Recapitulando, na tarde de terça (11), o Carrefour Brasil enviou comunicado ao mercado informando que a controladora francesa avalia uma aquisição da totalidade da divisão do Brasil.

Para isso, a controladora quer transformar o Carrefour Brasil em uma subsidiária integral, tendo assim 100% do capital da empresa brasileira. Hoje, a holding possui uma participação próxima de 70% da varejista, segundo dados que constam na página da B3.

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A operação prevê o fechamento do capital do Carrefour Brasil na bolsa. Desse modo, a empresa ficaria apta a emitir somente títulos de dívida, como debêntures, por exemplo.

Vale lembrar que, conforme o comunicado, a relação de troca proposta pelo acionista controlador para o resgate das ações resgatáveis se dará por três opções:

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  • 100% em dinheiro;
  • dinheiro mais ações do Carrefour França;
  • 100% de ações do Carrefour França.

Carrefour (CRFB3): proposta abaixo do preço-alvo do JP Morgan

O JP Morgan tem preço-alvo de R$ 11,50 para as ações CRFB3. Ou seja, acima dos R$ 7,70 por ação propostos na oferta totalmente em dinheiro. A estimativa dos analistas para os papéis do Carrefour Brasil também supera os valores implícitos da opção híbrida, de R$ 7,10 por ação, e da opção de 100% de ações da Carrefour França, de R$ 6,50 por ação.

“Com isso, pode haver espaço para alguma negociação para cima dos termos inicialmente propostos, embora não vejamos grandes acionistas minoritários ativistas na base para liderar tal movimento”, afirmam os analistas Joseph Giordano e equipe, que assinam o relatório do JP Morgan.

Segundo o documento enviado ao mercado, a transação oferece aos acionistas um prêmio de 32,4% em relação ao preço médio ponderado por volume (VWAP) das ações da companhia no mês anterior a 10 de fevereiro de 2025 e um prêmio de 27,3% sobre a relação de troca (o resultado da divisão entre o preço por ação do Atacadão e do Carrefour S.A.) assumindo o VWAP para o mesmo período e a taxa oficial de câmbio em 10 de fevereiro de 2025.

Considerando o preço-alvo do JP Morgan e o preço de fechamento das ações em 10 de fevereiro, o prêmio seria de 79%.

Do lado do Carrefour França

Na avaliação do JP Morgan, do ponto de vista da controladora, a transação faz sentido e pode aumentar o lucro por ação da empresa.

Para os analistas, o Carrefour França financiaria o negócio em euro, estimando 4% de juros e pagaria sua dívida em real, com a taxa básica de juros (Selic) na casa dos 15%.

“Portanto, poderia haver alguma justificativa financeira para isso também, enquanto o momento faz sentido com a depreciação do real. Além disso, removeria a maior parte do interesse minoritário desta subsidiária. No entanto, isso implicaria uma grande crença na recuperação do Brasil a longo prazo”.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.