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Carrefour: Atacarejo ganha destaque e varejo deixa a desejar no 3º tri; analistas enxergam potencial de alta de 52%

20 out 2021, 16:23 - atualizado em 21 out 2021, 12:08
Carrefour
BTG enxerga perspectiva resiliente e valuation atraente para os papéis do Carrefour (Imagem: Carrefour/Divulgação)

Após a divulgação do relatório de vendas do terceiro trimestre do Carrefour (CRFB3), a Ágora Investimentos e o BTG Pactual destacaram o desempenho positivo do atacarejo e a fraca performance do varejo, apesar de esperada.

Os analistas do BTG recomendam a compra das ações da companhia. O banco enxerga a possibilidade de alta de 52% para os papéis em 12 meses, ao delimitar preço-alvo de R$ 27 — as ações caíam 2% nesta quarta-feira (20), R$ 17,70.

Os resultados do Carrefour evidenciam uma nova estratégia das redes de varejo alimentício, de foco maior no atacarejo, em meio a uma alta da inflação e consequente queda do poder de compra dos brasileiros.

Para a Ágora, o Carrefour teve um trimestre sólido, apesar do crescimento de vendas pelo critério mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) ter sido baixo. O BTG enxerga uma perspectiva resiliente para a empresa e valuation atrativo para as ações da companhia.

O salto do atacado

No trimestre, o Carrefour (CRFB3) somou R$ 20,8 bilhões em vendas, uma alta de 7,7% ante o mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, a alta foi puxada pelas vendas do Atacadão, que cresceram 14,3%.

A expansão da rede foi composta por vendas em mesmas lojas positivas em 2,7%, além de uma contribuição de 11,6% vinda de lojas que ainda não estavam abertas há 12 meses.

Para a Ágora, o desempenho da companhia está alinhado com a estimativa de R$ 21 bilhões da corretora. Além disso, o crescimento de vendas em mesmas loja do Atacadão seguiu as expectativas e, apesar da desaceleração sequencial, a média de dois anos acelerou no terceiro trimestre.

“Acreditamos que a principal conclusão deve ser que o Atacadão (75% das vendas) continua tendo um bom desempenho. Como tal, o segmento de ‘atacarejo’ permanecerá resiliente e esperamos que o negócio continue a conquistar participação de mercado”, afirmou o BTG.

Varejo deixa a desejar

Do outro lado da moeda, o varejo do Carrefour teve uma performance mais fraca no trimestre. Embora um pouco melhor do que a estimativa de queda 11% da Ágora, a empresa registrou vendas em mesmas loja de alta de 8%, com o principal obstáculo vindo de produtos não alimentícios.

“O Carrefour Varejo apresentou resultados fracos, mas isso era amplamente esperado, dado o desenrolar do crescimento significativo nas vendas de produtos não alimentícios no ano passado”, disse a Ágora.

Os analistas do BTG defendem que, “apesar de um curto prazo mais fraco, a perspectiva resiliente para a varejista de alimentos, seu valuation atraente e o potencial de valorização da fusão com o Grupo BIG são a base da nossa postura positiva em relação ao nome”.

Segundo a Ágora, o cenário em torno das margens pode ser mais desafiador — essa linha do balanço pode cair no comparativo anual, diz a corretora. O Carrefour publica os resultados auditados em balanço no próximo dia 9.

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