Carnes: janeiro começa com preços em alta para boi gordo e frango, enquanto suínos registram queda; entenda
Janeiro começou com os preços das carnes em alta. Desde o início do ano, o arroba do boi gordo acumula alta de 2,05%, segundo o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
O preço do frango também subiu e o indicador registrou alta de 2,15% para o frango congelado e de 2,05% para o resfriado.
Entretanto, os suínos vão na contramão: o preço do animal vivo caiu mais de 2% nos estados de São Paulo (SP), Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS). Já o quilo da carcaça suína despencou e já registra queda de 8,16%.
Pesquisas do Cepea indicam que o consumo interno de carne bovina permanece dando suporte aos preços no atacado, impulsionando os frigoríficos a elevarem os valores pagos por novos lotes do animal vivo.
“A alta dos preços do boi gordo está relacionada a uma oferta restrita neste início de temporada. Está faltando boi e os preços estão subindo. A demanda não é tão aquecida nessa época, com a população priorizando outras proteínas mais baratas”, diz Fernando Iglesias, analista de proteínas da Safras & Mercado.
De acordo com o Cepea, a diferença entre o valor pago pela arroba aos pecuaristas (em SP) e o obtido com a venda de 15 quilos da carne com osso, no atacado da Grande São Paulo, se mantém muito atraente, em torno dos R$ 30 por arroba, uma das maiores margens do histórico acompanhado pelo instituto. A previsão é de que a arroba do boi gordo encerre 2025 com preços 14,96% maiores.
Frango e suínos em movimentos opostos
Os setores de aves e suínos terminaram 2024 com recorde de produção, com expectativa de crescimento em 2025. Em relação aos preços, as cotações da carne de frango avançam na primeira quinzena de janeiro, com alta de mais de 2%.
Segundo o Cepea, o cenário não é comum nesta época do ano, já que a renda restrita limita o consumo da proteína e os preços caem.
De acordo com agentes consultados pelo instituto, o fluxo de vendas tem apresentado bom ritmo, possibilitando ligeiros reajustes nos valores. “A oferta está melhor ajustada à demanda, permitindo essa recuperação de preços”, afirma Iglesias.
Já em relação aos suínos, o movimento é o oposto: os iniciam 2025 em queda na maioria das regiões acompanhadas. Segundo o Centro de Pesquisas, esse cenário se deve justamente à baixa demanda característica de janeiro, diante da restrição de renda da população.
“Podemos dizer que é a ressaca do período de festas, que é o ápice do consumo de carne suína no ano. No primeiro bimestre, a população vai priorizar o consumo de embutidos, carne de frango e ovo”, finaliza o analista.
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