Carnaval 2023: Folia deve movimentar R$ 8,18 bilhões no turismo, projeta CNC
O Carnaval 2023 deve movimentar R$ 8,18 bilhões em receitas este ano, um avanço de 26,9% ante 2022 estima a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo a confederação, cerca de 85% da receita deve ser gerada por três segmentos: bares e restaurantes, transporte de passageiros e serviços de hotelaria e hospedagem. A movimentação esperada dos setores é de respectivamente: R$ 3,63 bilhões, R$ 2,35 bilhões e R$ 890 milhões.
A CNC informa que os demais 15% se dividem entre empresas de lazer e cultura e outros segmentos, como aluguel de veículos e agências de viagem.
Carnaval: Antes, durante e depois da pandemia
Em 2020, o último carnaval antes da pandemia de Covid-19 ter sido decretada, o volume financeiro foi de R$ 8,47 bilhões. De acordo com a CNC, em 2021, essa marca mostrou uma queda de 43% nas receitas, contabilizando R$ 4,82 bilhões, por conta das medidas de restrição.
Em 2022, quando já havia uma retomada parcial da movimentação, por conta da vacinação da população, o faturamento foi de R$ 6,45 bilhões, 24% abaixo do patamar de 2020.
“A entrada de turistas estrangeiros nos meses de fevereiro, que é outro termômetro importante do nível de atividade do turismo, foi de 672 mil em 2020, 36 mil em 2021 e 254 mil em 2022. Os gastos foram, respectivamente, de US$ 478 milhões, US$ 211 milhões e US$ 359 milhões”, informa a confederação.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, diz que o principal obstáculo ao restabelecimento das receitas ao nível pré-pandemia é o atual contexto econômico menos favorável.
“Os reajustes de preços de praticamente todos os segmentos, o aumento significativo da taxa de juros e o alto comprometimento da renda com dívidas fazem com que os gastos com lazer sejam comedidos, mas ainda assim consideravelmente maiores do que em 2021”, afirma o presidente.
Aéreas nas alturas
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou alta de 23,53% nas passagens aéreas, em 2022.
No mesmo sentido, a hospedagem aumentou 18,21%, e os pacotes turísticos ficaram 17,16% mais caros. As três variações se projetaram acima do nível geral de preços, que subiu 5,79%.
Fabio Bentes, economista da CNC, explica que esses serviços são, na maioria das vezes, comprados mediante parcelamento, o que, com o crédito mais caro, explica a dificuldade do setor do turismo em ultrapassar o nível pré-pandemia.
Segundo a CNC, a taxa média de juros dos empréstimos e financiamentos livremente obtidos por pessoas físicas atingiu 59% ao ano, sendo o maior patamar desde agosto de 2017, quando o índice era de 62,3%.