Carlos Eduardo Moura: investir em conhecimento potencializa o futuro dos clubes brasileiros
O universo cripto está abrindo várias janelas de oportunidades de negócios para o mundo dos esportes. Para aproveitá-las, é necessário que os profissionais ligados à área – dirigentes, equipes de marketing, de finanças, entre outros – e as entidades estejam preparados e bem informados.
Em um momento em que o esporte brasileiro aperta os cintos e busca se recuperar do impacto da pandemia da Covid-19, a inovação digital nos clubes deve se tornar um dos principais – e mais urgentes – focos da estratégia.
Quando bem trabalhada, a criptoeconomia pode proporcionar um alívio no caixa ao mesmo tempo em que garante a segurança da origem dos recursos.
Existem muitos ativos interessantes dentro dos clubes que, se bem trabalhados, podem gerar novas receitas, aproximar os torcedores do clube e do mercado cripto, enfim, solucionar os problemas que afligem os clubes de forma inovadora.
Com mais fôlego para encarar os desafios, a chegada de novos atores como parceiros – investidores do mercado financeiro – se torna natural.
Vários clubes já colhem resultados positivos. Um exemplo é a tokenização e recebíveis, como o projeto que o Vasco da Gama realizou com o Mercado Bitcoin. O produto envolve créditos referentes ao mecanismo de solidariedade de doze atletas formados pelo clube.
Outra alternativa é um mundo ainda pouco explorado das ativações com torcedores, com os Fan Tokens da Socios.com (que já conta com a adesão de gigantes, como o FC Barcelona e Paris Saint-Germain, e, no Brasil, o Atlético Mineiro e o Corinthians).
Até a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem seu próprio fan token, o Bitci. Há ainda os tokens não fungíveis (NFTs, na sigla em inglês), com a expectativa da iniciativa do Atlético Mineiro de leiloar uma arte de um momento icônico do clube. Muitas são as possibilidades e há espaço para novas estratégias.
Se atualmente a credibilidade dos clubes brasileiros no mercado financeiro está baixa devido ao acúmulo de dívidas, é necessário que estas associações invistam em parcerias sólidas com atores experientes no ecossistema cripto que investem em regulação, compliance e segurança jurídica.
Isso é importante para prover a confiança necessária para o clube dar o primeiro passo rumo a esse novo mundo – e também para o investidor do outro lado enxergar uma oportunidade de bons negócios dentro do futebol brasileiro, tudo de forma planejada e estruturada.
Carlos Eduardo Moura é consultor esportivo do MB Digital Assets (MBDA).