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Cargos mais altos no mercado financeiro pagam até R$ 80.150, aponta pesquisa

04 out 2022, 9:00 - atualizado em 03 out 2022, 11:42
Carreira mercado financeiro
Mercado financeiro tem recuperação acelerada, segundo estudo (Imagem: Jason Briscoe/Unsplash)

A 15º edição do Guia Salarial da Robert Half aponta as posições mais demandadas em oito áreas de atuação e projeções salariais para centenas de cargos.

Em relação ao mercado financeiro, a área de Private Banking e ESG são apontadas como destaques. O Guia destaca ainda que a recuperação do mercado segue acelerada, mesmo em meio a um contexto econômico e político incerto.

O estudo aponta que o segmento private é o responsável por movimentar mais de R$ 1,7 trilhão até maio de 2022, conforme dados da Anbima, enquanto o ESG, o qual a Bloomberg estima um mercado global de ativos no valor de 53 trilhões de dólares até 2025, chamam a atenção no mercado financeiro nesta edição do estudo.

Ana Carla Guimarães, diretora de negócios da Robert Half, aponta que esses números, junto à concorrência entre bancos e escritórios de investimentos, ampliam as oportunidades para os gerentes private.

“Estamos falando de um profissional que se relaciona com o investidor ao longo de toda a carreira, tornando-se alguém confiável para navegar intimamente no seu ciclo familiar, unindo a parte subjetiva à técnica”, explica.

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Cargos e salários

Em relação aos salários no mercado financeiro, o mais alto registrado pelo Guia é de R$ 80.150, no cargo de Sales Trader – Diretor Executivo.

O estudo destaca que apresenta três faixas salariais por cargo, determinadas pelo nível de qualificação e experiência do candidato, bem como pela complexidade do cargo e setor de atuação.

Dessa forma, os salários apresentados pelo Guia são divididos em percentis, representados por 25º/ 50º/ 75º, sendo que 50º não significa, a média de salário para determinado cargo.

Os critérios para determinar em que faixa o perfil se encontra podem variar em torno da experiência na função, tempo no segmento, características setoriais, demanda e disponibilidade pelo perfil no mercado, habilidades e certificações extras.

O percentil 25º representa um candidato que ainda é novo no trabalho ou que ainda está desenvolvendo habilidades relevantes, já o 75º representa o candidato que tem mais experiência do que a típica e conta com todas as habilidades relevantes para o trabalho, além de especializações e certificações, por exemplo, sendo este o caso do salário de destacado.

Outras remunerações:

  • Gerente de Relacionamento Private: R$ 23.100 | R$ 28.600 | R$ 39.600
  • Analista de Fusões e Aquisições:  R$ 14.150 |R$ 17.500 | R$ 21.600
  • Analista de Compliance/Auditoria/Controles internos: R$ 11.850 | R$ 14.700 | R$ 18.150
  • Especialista de ESG: R$ 10.000 |R$  12.000 | R$ 15.000

A lista com os demais salários no mercado financeiro e outras áreas, com as divisões percentis, podem ser conferidas na íntegra aqui.

O que o mercado financeiro busca?

A pesquisa mapeou ainda tendência do mercado financeiro sobre o perfil do profissional que irá atuar na área.

As áreas que lideram as contratações são os fundos de private equity, assets, bancos de investimentos, meios de pagamentos e fintechs.

Já as posições com maior demanda são:

  • RM private, M&A (analistas/associados/VPs);
  • crédito corporate (analistas/especialistas);
  • finanças (diretores/gerentes/VPs);
  • profissionais de compliance, auditoria e riscos (analistas/gerentes);
  • RM corporate;
  • ESG (analistas/especialistas/gerentes).

As habilidades técnicas mais buscadas são a capacidade de originação de negócios, atualizações tecnológicas, capacidade analítica e fluência em outros idiomas. Em relação às certificações mais exigidas, estão o  CFA, CGA, CFP e o Ancord.

Por fim, em relação às habilidades comportamentais, se destacam a flexibilidade, adaptabilidade, senso de dono e comunicação assertiva.

Tendências para a carreira no mercado financeiro

Segundo a pesquisa, flexibilidade é a palavra da vez, visto que, com a baixa taxa de desemprego entre profissionais qualificados, o mercado presencia proximidade da paridade entre a quantidade vagas e candidatos.

Com isso, além de ganhar mais poder de negociação, os profissionais também estão mais convictos e exigentes em suas prioridades.

“Hoje, os profissionais qualificados são protagonistas do mercado de trabalho. Não é à toa que o primeiro questionamento feito nas entrevistas atualmente é com relação ao modelo de trabalho. Boa parte dos candidatos opta por deixar de participar de processos caso a empresa não ofereça flexibilidade”, diz Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

Para 77% dos trabalhadores, o modelo de trabalho ideal é o híbrido, enquanto 17% gostariam de seguir em modelo 100% remoto e apenas 6% em regime integralmente presencial.

Segundo o estudo, isso é considerado pelos candidatos ao avaliar uma vaga (43%), mais até do que o salário (32%) e os benefícios (17%) oferecidos.

“Por mais desafiador que o processo de implementação do modelo híbrido possa ser, é importante encará-lo como um reflexo dos novos tempos. Caminhar no sentido inverso sem uma justificativa plausível é se prender a uma realidade que não dá indícios de retorno”, completa Mantovani.

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