Cargos mais altos no mercado financeiro pagam até R$ 80.150, aponta pesquisa
A 15º edição do Guia Salarial da Robert Half aponta as posições mais demandadas em oito áreas de atuação e projeções salariais para centenas de cargos.
Em relação ao mercado financeiro, a área de Private Banking e ESG são apontadas como destaques. O Guia destaca ainda que a recuperação do mercado segue acelerada, mesmo em meio a um contexto econômico e político incerto.
O estudo aponta que o segmento private é o responsável por movimentar mais de R$ 1,7 trilhão até maio de 2022, conforme dados da Anbima, enquanto o ESG, o qual a Bloomberg estima um mercado global de ativos no valor de 53 trilhões de dólares até 2025, chamam a atenção no mercado financeiro nesta edição do estudo.
Ana Carla Guimarães, diretora de negócios da Robert Half, aponta que esses números, junto à concorrência entre bancos e escritórios de investimentos, ampliam as oportunidades para os gerentes private.
“Estamos falando de um profissional que se relaciona com o investidor ao longo de toda a carreira, tornando-se alguém confiável para navegar intimamente no seu ciclo familiar, unindo a parte subjetiva à técnica”, explica.
Cargos e salários
Em relação aos salários no mercado financeiro, o mais alto registrado pelo Guia é de R$ 80.150, no cargo de Sales Trader – Diretor Executivo.
O estudo destaca que apresenta três faixas salariais por cargo, determinadas pelo nível de qualificação e experiência do candidato, bem como pela complexidade do cargo e setor de atuação.
Dessa forma, os salários apresentados pelo Guia são divididos em percentis, representados por 25º/ 50º/ 75º, sendo que 50º não significa, a média de salário para determinado cargo.
Os critérios para determinar em que faixa o perfil se encontra podem variar em torno da experiência na função, tempo no segmento, características setoriais, demanda e disponibilidade pelo perfil no mercado, habilidades e certificações extras.
O percentil 25º representa um candidato que ainda é novo no trabalho ou que ainda está desenvolvendo habilidades relevantes, já o 75º representa o candidato que tem mais experiência do que a típica e conta com todas as habilidades relevantes para o trabalho, além de especializações e certificações, por exemplo, sendo este o caso do salário de destacado.
Outras remunerações:
- Gerente de Relacionamento Private: R$ 23.100 | R$ 28.600 | R$ 39.600
- Analista de Fusões e Aquisições: R$ 14.150 |R$ 17.500 | R$ 21.600
- Analista de Compliance/Auditoria/Controles internos: R$ 11.850 | R$ 14.700 | R$ 18.150
- Especialista de ESG: R$ 10.000 |R$ 12.000 | R$ 15.000
A lista com os demais salários no mercado financeiro e outras áreas, com as divisões percentis, podem ser conferidas na íntegra aqui.
O que o mercado financeiro busca?
A pesquisa mapeou ainda tendência do mercado financeiro sobre o perfil do profissional que irá atuar na área.
As áreas que lideram as contratações são os fundos de private equity, assets, bancos de investimentos, meios de pagamentos e fintechs.
Já as posições com maior demanda são:
- RM private, M&A (analistas/associados/VPs);
- crédito corporate (analistas/especialistas);
- finanças (diretores/gerentes/VPs);
- profissionais de compliance, auditoria e riscos (analistas/gerentes);
- RM corporate;
- ESG (analistas/especialistas/gerentes).
As habilidades técnicas mais buscadas são a capacidade de originação de negócios, atualizações tecnológicas, capacidade analítica e fluência em outros idiomas. Em relação às certificações mais exigidas, estão o CFA, CGA, CFP e o Ancord.
Por fim, em relação às habilidades comportamentais, se destacam a flexibilidade, adaptabilidade, senso de dono e comunicação assertiva.
Tendências para a carreira no mercado financeiro
Segundo a pesquisa, flexibilidade é a palavra da vez, visto que, com a baixa taxa de desemprego entre profissionais qualificados, o mercado presencia proximidade da paridade entre a quantidade vagas e candidatos.
Com isso, além de ganhar mais poder de negociação, os profissionais também estão mais convictos e exigentes em suas prioridades.
“Hoje, os profissionais qualificados são protagonistas do mercado de trabalho. Não é à toa que o primeiro questionamento feito nas entrevistas atualmente é com relação ao modelo de trabalho. Boa parte dos candidatos opta por deixar de participar de processos caso a empresa não ofereça flexibilidade”, diz Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.
Para 77% dos trabalhadores, o modelo de trabalho ideal é o híbrido, enquanto 17% gostariam de seguir em modelo 100% remoto e apenas 6% em regime integralmente presencial.
Segundo o estudo, isso é considerado pelos candidatos ao avaliar uma vaga (43%), mais até do que o salário (32%) e os benefícios (17%) oferecidos.
“Por mais desafiador que o processo de implementação do modelo híbrido possa ser, é importante encará-lo como um reflexo dos novos tempos. Caminhar no sentido inverso sem uma justificativa plausível é se prender a uma realidade que não dá indícios de retorno”, completa Mantovani.
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