Carga de energia do Brasil cai 3,4% em janeiro por menores temperaturas, diz ONS
A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil fechou janeiro com recuo de 3,4% ante mesmo período do ano passado, mas avanço de 3,8% frente a dezembro de 2019, segundo boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta quinta-feira.
O desempenho foi atribuído principalmente às temperaturas inferiores na comparação anual registradas nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul, que reduziram a demanda por uso de ar-condicionado, uma vez que o órgão disse que dados apontam para atividade industrial mais aquecida na comparação com o mês de janeiro em outros anos.
Mas mesmo a carga ajustada, que exclui fatores não-recorrentes, como as temperaturas inferiores, registrou queda de 1,9% na comparação anual, de acordo com o boletim do ONS.
“O efeito positivo da melhora de diversos indicadores econômicos, que influenciam o resultado da carga, foi compensado pela ocorrência de temperaturas inferiores às ocorridas no mesmo período do ano anterior”, afirmou o órgão ao analisar o desempenho.
A carga, que representa soma do consumo de energia com as perdas na rede, teve recuo de 5,7% na comparação anual no Sudeste, ou de 3,8% pelo dado ajustado.
No Sul, a queda foi de 1,9%, mas com alta de 0,2% se considerada a carga ajustada.
Já Nordeste e Norte apresentaram aumento na carga, de 1% e 1,9%, respectivamente, em dados praticamente iguais ao resultado ajustado.
Em meados de janeiro, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) projetou que o consumo de eletricidade no Brasil deveria crescer 4,2% em 2020, o que seria a maior alta desde 2013.
A previsão, no entanto, tinha como base expectativas otimistas de crescimento econômico do Brasil no ano, que já têm sido revisadas por analistas em meio aos efeitos de uma epidemia de coronavírus sobre a economia global.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na quarta-feira que o governo também revisará suas projeções, mas que a economia brasileira deve crescer “acima de 2%” em 2020, ante projeção de 2,4% antes dos impactos do vírus.