Cansados de esperar novidades, fundos juntam o mix de pressão e penalizam forte a soja
As moderadas saídas de posições da soja em Chicago, em boa parte da manhã desta quinta (4), deram lugar a vendas mais fortes. O sino na CBOT bateu com a commodity em expressivo recuo de 1,70%, mais de 21 cents, no janeiro, para fechar em US$ 12,22.
O mercado vinha de lado nas últimas sessões, mas os fundos cansaram de esperar por novidades e resolveram penalizar as cotações, juntando de uma vez só todas as variáveis de pressão, que, até então, vinham se revezando.
“Parece ser um mix de fatores”, diz Adriano Gomes, analista da AgRural.
Para enumerá-las, vamos aos últimos. O USDA não trouxe surpresas sobre as vendas semanais, de 1,86 milhão de toneladas, com China em 1,2 milhão/t, na divulgação feita mais cedo.
Embora dentro da franja aguardada pelo mercado, acentua o apetite tímido dos chineses pelo grão, mesmo que tenha havido maior movimento em direção ao Brasil nos últimos dias.
Ainda hoje o petróleo vinha encontrando melhores posições, perto dos US$ 83, mas fechou em cerca de US$ 81. E trouxe junto o óleo de soja, que já estava em queda.
Mas os fatores mais importantes para a derruba das cotações da oleaginosa, de acordo com Gomes, estão mesmo no andamento da safra na América do Sul e as condições de plantio no Brasil, em ritmo acima da média, dentro da janela e com boas condições de umidade.
Ao lado, a colheita americana com tempo bom nesta semana, contra algum período atrapalhado na semana anterior pelas chuvas.
Por completar, na próxima terça (9) o Departamento de Agricultura americano soltará um novo boletim de safra, e a AgRural não se surpreenderá se aparecer um pouco mais de produção nos Estados Unidos sobre o último reporte.