Cândido Bracher assume presidência do Itaú Unibanco; Roberto Setubal vai para o Conselho
Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini
O Itaú Unibanco, maior banco privado do país, está sob nova direção. Candido Bracher assume hoje a presidência executiva do banco, no lugar de Roberto Setubal, concluindo uma transição planejada e comunicada ao mercado há mais de dois anos. Seu grande desafio será manter a rentabilidade da instituição, uma das maiores do mercado, na faixa de 20% sobre o patrimônio líquido por ano.
Setubal irá para a presidência do Conselho do banco, criado há 93 anos pela família Villela e que teve sua liderança no mercado brasileiro consolidada por seu pai, Olavo Setubal, nos anos 1960, 1970 e 1980.
Bracher também vem de uma família de banqueiros. Seu pai, Fernão Bracher, foi executivo do Banco da Bahia, do Bradesco, presidente do Banco Central e depois fundou o BBA Creditanstalt. Cândido Bracher chegou a ser cotado para a diretoria do BC logo após o Plano Real, mas acabou fazendo carreira no setor privado, no segmento de bancos de atacado. O executivo tem mais de 36 anos de experiência no mercado financeiro, dos quais 28 anos no BBA Creditanstalt, Itaú BBA e Itaú Unibanco. Desde fevereiro de 2015 ele era o diretor geral de Atacado do Itaú Unibanco.
Bracher assume o Itaú Unibanco na condição de maior banco privado do Brasil e maior valor de mercado entre as instituições financeiras da América Latina, tendo alcançado histórico de rentabilidade média acima de 20% nos últimos anos, segundo destaca comunicado enviado pelo banco.
Em carta enviada hoje aos mais de 90 mil funcionários, Bracher “reforça seu grande sentimento de realização e também de responsabilidade”. “Reafirma seu compromisso com os valores e com a atitude de busca contínua pelo aprimoramento que trouxe o Itaú Unibanco até aqui”, diz a nota do banco.
Seis compromissos
Bracher assumiu seis compromissos ao assumir a função: acentuar ainda mais o foco no cliente, acelerar o processo de transformação digital, manter a elevada rentabilidade, fortalecer ainda mais a gestão de pessoas e de riscos, bem como, avançar no processo de internacionalização.
“Recebo o belo desafio de liderar um dos maiores e melhores bancos do mundo e dar continuidade a este percurso admirável, sempre pautado pela valorização das nossas pessoas e sua diversidade, da prática da meritocracia e do compromisso inviolável com a ética em todos os aspectos da nossa atividade”, ressalta Bracher.
“Acredito fortemente que nosso êxito nesta jornada não terá seus efeitos limitados à minha gestão, mas deverá contribuir decisivamente para preparar o Itaú Unibanco para as próximas décadas”, complementa o executivo.
Preparado para ser banqueiro
Preparado pelo pai para assumir o banco, inclusive com um período de experiência no Citibank, nos Estados Unidos, com o banqueiro John Reed, Roberto Setubal foi presidente da instituição por 23 anos. Nesse período, tornou o Itaú o maior banco privado do país ao uni-lo ao Unibanco, ultrapassando com isso seu eterno concorrente, o Bradesco.
Setubal atingiu a idade limite estabelecida para a presidência da Itaú Unibanco Holding e será agora, em conjunto com Pedro Moreira Salles, ex-presidente do Unibanco, co-presidente do Conselho de Administração da Companhia.
A expectativa é de que Setubal continue, porém, acompanhando as atividades da diretoria do banco no Conselho, que assumiu algumas funções da diretoria executiva nos últimos anos, já preparando a transição.
“Assumo novas funções no Conselho de Administração com muita tranquilidade e confiança de que o Candido vai elevar ainda mais os patamares do Itaú Unibanco nos próximos anos”, diz o executivo. “Além de um ser humano diferenciado, Candido é um profissional extremamente competente, com ampla experiência no setor financeiro”, destaca Setubal.