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Canadá aprova fusão de US$ 34 bi entre Bunge e Viterra com condições

15 jan 2025, 14:06 - atualizado em 15 jan 2025, 14:06
Viterra bunge (1)
(Imagem: Bloomberg)

O Canadá aprovou na terça-feira (15), com condições, a fusão de US$ 34 bilhões da Bunge, comerciante de grãos dos Estados Unidos, com a Viterra, apoiada pela Glencore, eliminando um dos últimos obstáculos remanescentes para uma união agrícola global sem precedentes em termos de valor em dólares.

As condições para a aprovação incluem a alienação pela Bunge de seis elevadores de grãos no oeste do Canadá e um compromisso vinculativo da Bunge de investir pelo menos 362 milhões de dólares no Canadá nos próximos cinco anos, de acordo com uma declaração do Ministério dos Transportes.

A aprovação também exige controles rigorosos e juridicamente vinculantes sobre a participação minoritária da Bunge na empresa de grãos G3, de propriedade saudita, para garantir que a Bunge não possa influenciar as decisões de preço ou investimento da G3, disse o ministério.

A Bunge, a Viterra e a G3 representam, juntas, um terço da capacidade dos elevadores do oeste do Canadá.

A fusão, anunciada em 2023, criaria um gigante global de comércio e processamento de safras no valor de 34 bilhões de dólares, incluindo dívidas, mais próximo em escala dos principais rivais Archer-Daniels-Midland Co e Cargill Inc.

“Com a aprovação canadense, estamos quase concluindo o processo regulatório e esperamos fechar o negócio no início de 2025”, disse a Bunge em um comunicado à Reuters.

O acordo, aprovado pelos acionistas, tornaria a empresa combinada mais capaz de capitalizar um aumento previsto na demanda por óleo de soja e canola para produzir biocombustíveis nos próximos anos do que seus rivais, mas a maior consolidação no setor deixa os agricultores com menos compradores para suas colheitas.

O órgão de vigilância antitruste do Canadá sinalizou preocupações em relação ao acordo em abril, afirmando em um relatório não vinculativo que a transação provavelmente prejudicaria a concorrência na compra de grãos no oeste do Canadá, bem como na venda de óleo de canola no leste do país.

O Ministério dos Transportes disse que suas condições abordam as preocupações levantadas durante a avaliação de interesse público da aquisição.

O CEO da Bunge, Greg Heckman, havia dito que não via a necessidade de “remédios” no Canadá.

Ao autorizar o negócio, o ministro dos transportes exigiu a criação de um programa de proteção de preços para determinados compradores de óleo de canola em partes do Canadá, a fim de salvaguardar preços justos e a estabilidade do mercado.

“Essa decisão ressalta a importância de promover o crescimento econômico no Canadá e, ao mesmo tempo, manter uma supervisão robusta para proteger a concorrência e o interesse público”, disse a Ministra dos Transportes, Anita Anand, no comunicado.

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