Campos Neto x Galípolo: Laços entre Banco Central, Lula e Haddad devem ser estreitados; entenda
A nomeação de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino ao Banco Central vai ampliar a comunicação entre o Governo e a autarquia, afirma o economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez. O diagnóstico veio após a suposta ideia de Roberto Campos Neto, de condicionar as entrevistas dos diretores à aprovação do presidente do BC, ser barrada.
A própria instituição afirmou, em nota, que todo diretor tem pleno direito de expressar livremente suas opiniões nos canais que considerar adequados. O economista da Ativa avalia o ruído é reflexo da postura de Campos Neto com o Banco, bem como as indicações feitas por Lula à instituição e os objetivos atribuídos aos novos diretores.
“Não é novidade para ninguém que diversos membros do executivo têm personificado a discussão sobre política monetária, alegando que se trata de uma questão pessoal a manutenção da Selic em patamares elevados, cuja responsabilidade é de Roberto Campos Neto”, diz.
Sobre a proximidade à Fazenda e ao Governo, Sanchez afirma, contudo, que há um limite legal para tal — como, por exemplo, o período de silencio do Comitê da Política Monetária (Copom).
“Evidentemente que nunca será dito que informações confidenciais da reunião circularão a despeito da lei, mas as especulações caminham nesse sentido e tendem a ampliar a volatilidade dos ativos durante os períodos de decisões da Selic”, avalia o economista.
Proximidade à Lula e Haddad
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, realizada na quinta-feira (6), Galípolo — que vai assumir a Diretoria de Política Monetária — enfatizou a importância de ouvir as declarações do presidente Lula (PT), destacando a legitimidade que ele possui, representada pelos 60 milhões de votos que recebeu.
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“O presidente tem liberdade e legitimidade para falar sobre o que ele quiser. De todos nós que também estamos dando opinião sobre o que queremos, ele é o único que dá opinião tendo 60 milhões de votos. Se tem alguém com legitimidade para falar, é ele”, disse.
Além disso, assim como o presidente da República, Galípolo é abertamente a favor do corte da taxa básica de juros.