Economia

Campos Neto vai ceder? Corte de 0,75 pp da Selic volta ao radar com IPCA abaixo das expectativas

12 set 2023, 11:57 - atualizado em 12 set 2023, 12:02
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Corte de 0,75 pp da Selic volta ao radar com IPCA, que mede a inflação do país, abaixo das expectativas (Imagem: Canva / Montagem: Isabelle Santos)

A inflação abaixo das expectativas em agosto pode reforçar as apostas do mercado para um corte de 0,75 ponto percentual (p.p.) da Selic ainda este ano. É o que afirma o chefe de renda variável da A7 Capital, Andre Fernandes, ao destacar que as altas de 0,23% no mês e 4,61% em um ano são positivas.

Apesar do otimismo quanto à aceleração do ciclo de queda da taxa de juros, Fernandes afirma que, para a reunião da semana que vem do Comitê de Política Monetária (Copom), o cenário segue inalterado: é previsto um corte de 0,50 p.p. A redução de 0,75 p.p. é esperada para a decisão de dezembro, diz.

“O resultado foi bom. Já podemos ver isso sendo refletido na curva de juros, que segue caindo — principalmente, o meio da curva, que até a primeira meia hora do mercado estava caindo em média -0,85%”, avalia.

De acordo com o especialista, o movimento contínuo de devolução de prêmio da curva de juros reforça as apostas de um corte maior da Selic na última reunião do ano.

Já o economista André Perfeito e boa parte do mercado seguem céticos em relação aceleração do ciclo. Perfeito diz que os números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado mantém o prognóstico de cortes da taxa em 0,50 p.p. até o final de 2023. Assim, a Selic deve fechar o ano no patamar de 11,75%.

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IPCA de agosto

O IPCA, que mede a inflação oficial do país, subiu 0,23% em agosto, acelerando-se em relação à alta de 0,12% apurada em julho.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (12), o IPCA acumula alta de 3,23% nos primeiros oito meses do ano. Com isso, o indicador acelerou a alta acumulada em 12 meses até agosto para +4,61%, de +3,99% no mês anterior.

O destaque positivo ficou com os alimentos no domicílio, que caíram -1,26%. Por subitem, o leite longa vida, o frango e as carnes foram os que mais contribuíram com o resultado.

Outro destaque foi o setor de serviços que segue desacelerando. Isso reforça também as apostas de um corte maior na Selic até o fim de 2023, de acordo com o especialista da A7.

Nos destaques negativos, a conta de luz segue acelerando com o fim dos créditos de Itaipu. E, por fim, a alta dos combustíveis, já esperada pelo mercado.