Ibovespa ‘Campos Neto tinha que ter vergonha na cara’, diz Gleisi Hoffmann
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a criticar Roberto Campos Netos, presidente do Banco Central. Durante um ato político pluripartidário no Rio de Janeiro, ela disse que o chefe da autoridade monetária deveria deixar o cargo.
“Eu acho que o Roberto Campos Neto tinha de ter decência, vergonha na cara, pegar o boné dele e ir embora, e deixar a presidência do Banco Central”, disse a deputada federal.
O ato, que aconteceu na noite da segunda-feira (13) e reuniu parlamentares do PT, PSOL e PCdoB , era justamente contra o atual nível da Selic, de 13,75%, e também pelo fim da autonomia do Banco Central.
Gleisi ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem apoio no Senado para retirar Campos Neto da presidência do Banco Central e pediu apoio dos demais parlamentares. Ela ainda disse que o embate com Campos Neto é político.
“Ele representa um projeto que não foi eleito nas urnas, ele não podia estar onde ele está”, afirmou; vale lembrar que Campos Neto se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro nos últimos anos e chegou a votar durante o segundo turno com uma camisa da seleção do Brasil, utilizada normalmente por apoiadores do Bolsonaro. “Presidente do Banco Central vai ter mandato. No mínimo, o mandato tinha de ser coincidente com o mandato do presidente da República.”
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Gleisi Hoffmann, a algoz do Banco Central
Essa postura dura de Gleisi não é novidade. A presidente do PT aceitou o papel de algoz do Banco Central para evitar que Lula ficasse criticando a autoridade monetária e se desentendendo com o mercado.
No início do ano, Lula começou a criticar a política monetária adotada pelo Banco Central e a questionar a autonomia da autarquia. Para o governo, a taxa Selic está muito alta e atrapalhando a recuperação econômica. Ele também evita citar o nome de Campos Neto, chamando o presidente de “cidadão”.
Em entrevista a Guilherme Amado, colunista do Metrópoles, a deputada chegou a defender que Roberto Campos Neto deveria pedir demissão do cargo de presidente do Banco Central.
“Ele [Campos Neto] tinha que pedir para sair do Banco Central. Ele não tem nada a ver com esse projeto que ganhou nas urnas”, disse Hoffmann ao ser questionada sobre a relação do chefe da autoridade monetária com o governo. “Seria mais fácil para ele, para nós, para todo mundo, para o Brasil”, completou.
Segundo ela, o governo atual quer um Banco Central que “cumpra o seu papel”, que é de controle da inflação, mas também de geração de emprego e de desenvolvimento. A deputada ainda disse que o país não precisa de um presidente do Banco Central que faça política, mas sim um que dê resultados.
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