Campos Neto relativiza crítica de Lula, mas reforça defesa à independência do BC
A formalização da autonomia do Banco Central ajudou a reduzir a volatilidade dos mercados no Brasil e mostrou resiliência, disse nesta quinta-feira o presidente da autoridade monetária, Roberto Campo Neto, se comprometendo a atuar com independência e permanecer no posto até o fim do mandato.
Em seminário promovido pela UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), Campos Neto disse entender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quis dizer, em declarações na véspera, que não seria necessário ter a independência do BC prevista em lei para a autonomia funcionar.
Os comentários de Campos Neto foram feitos um dia depois de Lula ter posto em dúvida, em entrevista à GloboNews, a vantagem de um Banco Central autônomo e questionado se os níveis das metas atuais de inflação não são baixos demais.
Na apresentação, Campos Neto disse ainda que os ataques registados em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano impactam a credibilidade do Brasil, ressaltando que “condena fortemente” os atos.
O presidente do BC avaliou que o país está passando por tempos difíceis e disse que os ataques são inaceitáveis.