Campos Neto no Senado: Presidente do Banco Central põe as cartas na mesa sobre a Selic
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comparece ao Senado Federal nesta quinta-feira (10), em sessão especial, a partir das 10h. Campos Neto prestará esclarecimentos sobre as decisões tomadas em relação à inflação e à estabilidade financeira.
A princípio, a sessão estava marcada para o dia 3 de agosto, mas foi remarcada para a semana seguinte à reunião do Comitê da Política Monetária (Copom), devido ao período de silêncio. Os esclarecimentos do presidente do BC acontecem após a redução da taxa Selic para 13,25% ao ano.
A convocação foi feita pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ainda em julho — quando o juros ainda eram de 13,75% –, após seis partidos solicitarem a abertura de um “procedimento apuratório” sobre a conduta Campos Neto.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, e demais políticos pedem que o Senado apure uma eventual motivação desconectada da realidade que levaram o Banco a manter a taxa Selic em 13,75%. O documento pede explicações técnicas, provisões concretas e demonstrações acerca da política adotada.
Além disso, o presidente Lula (PT) vem cobrando ação do Senado contra o BC. O presidente e outras entidades do governo criticavam a postura da autoridade monetária e pressionavam para corte dos juros.
A trajetória da taxa Selic
O ciclo de aperto monetário do Banco Central começou em março de 2021 e seguiu até agosto de 2022 — Selic foi mantida no patamar de 13,75% até julho deste ano.
Antes do início do aperto, a taxa básica de juros estava estacionado em 2%, menor patamar histórico, desde agosto de 2020.
Na semana passada, o Copom decidiu reduzir a Selic em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros deixa o patamar de 13,75% ao ano e vai para 13,25%.
Os dados do Relatório Focus desta semana passaram a projetar uma Selic de 12% para 11,75% ao final do ano, indicando que os economistas esperam por um afrouxamento mais rápido por parte da autoridade monetária.
*Com informações da Agência Senado