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Campos Neto no FMI: Presidente do BC manda recado sobre fiscal

11 out 2023, 15:39 - atualizado em 11 out 2023, 15:39
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Roberto Campos Neto e Fernando Haddad participam das reuniões do FMI, que acontecem no Marrocos. (Imagem: Marcos Oliveira / Agência Senado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirma que há falta coordenação de alguns países quando o assunto é a política fiscal e que isso está prejudicando até as economias mais avançadas.

“Se não formos capazes de resolver isso de uma forma que as pessoas olhem para o futuro em termos de preços de mercado e vejam que pelo menos temos um equilíbrio a médio prazo, poderemos ter uma perturbação econômica antes de iniciarmos o processo de desinflação”, disse durante um evento em Marrakech organizado pelo Fórum de Mercados Emergentes, na terça-feira (10).

Ele ainda destacou que por detrás de um possível processo de desinflação há fatores como a transição para energia verde, o preço elevado do preço do petróleo e a falta de ganhos de produtividade.

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Campos Neto está no Marrocos para participar das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na apresentação que será utilizada pelo presidente do BC (já divulgada pela autarquia), estão destacados pontos como os novos riscos geopolíticos e possíveis efeitos sobre a inflação.

Vale destacar que a apresentação preparada para o encontro leva em conta materiais já apresentados por Campos Neto no comunicado e na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), onde o Banco Central cortou a Selic em 0,50 ponto percentual.

Confira a apresentação de Campos Neto no FMI (na íntegra e em inglês)

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Haddad no FMI

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também está presente nas reuniões do FMI. Nesta quarta-feira (11), ele defendeu que uma política fiscal mais restritiva pode auxiliar o trabalho de política monetária. Ou seja, as taxas de juros ficariam elevadas por menos tempo, reduzindo o risco de instabilidade financeira.

Haddad ainda disse que o crescimento da atividade global deve desacelerar ainda mais nos próximos anos e sugeriu uma ampliação da participação acionária de países em desenvolvimento no FMI para refletir melhor a atual realidade econômica.

*Com informações da Reuters