Economia

Campos Neto não se anima com inflação dentro da meta; mercado aposta corte na Selic em agosto

12 abr 2023, 10:54 - atualizado em 12 abr 2023, 10:55
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No acumulado em 12 meses até março, a inflação caiu de 5,60% para 4,65%. Com esse resultado, o IPCA ficou abaixo do teto da meta para 2023, de 4,75%, e abre espaço para cortes na Selic. (Legenda: Rafael Ribeiro/BCB)

Ontem, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) surpreendeu o mercado ao apontar para uma desaceleração da inflação.

No acumulado em 12 meses até março, a inflação caiu de 5,60% para 4,65%. Com esse resultado, a inflação ficou abaixo do teto da meta do Banco Central para 2023, de 4,75%. É a primeira vez que o acumulado volta para as bandas da meta desde fevereiro de 2021, quando o teto era de 5,25%.

No entanto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não se animou muito com os números.

Durante um evento organizado pela XP em Washington, Campos Neto disse que a inflação no Brasil caiu, mas pressões permanecem em meio a um componente de demanda “relativamente forte”. Ele ainda lembrou que as expectativas de inflação de longo prazo estavam ancoradas em 2022, mas desde novembro passado iniciou-se um processo de deterioração.

A fala sugere que eventuais cortes na Selic serão muito bem estudados pelo Banco Central e que a autoridade monetária pode esperar por mais dados econômicos para tomar sua decisão.

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Pressão no Banco Central

O que não faltam é pressão para que a taxa de juros seja reduzida. Em entrevista à CNN, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, falou que o governo está racionalizando os gastos e a Fazenda está fazendo o dever de casa com o arcabouço e a reforma tributária.

“Essas iniciativas e mais o cenário mundial vão convencer o Banco Central a reduzir a taxa de juro já no próximo Copom”, disse.

Já presidente do PT, Gleisi Hoffmann, questionou em seu Twitter “qual vai ser a desculpa” para o Banco Central não baixar os juros.

Inflação mais baixa, Selic mais baixa?

Enquanto o Banco Central pensa, o mercado já faz suas apostas. Uma pesquisa da Warren Rena com agentes do mercado aponta que a maioria acredita que o início do ciclo de queda da Selic começa em agosto. Desde agosto do ano passado, a Selic está sendo mantida em 13,75%.

Segundo o levantamento, 12,9% são mais otimistas e apostam em cortes já em junho. Já 31,6% e 25,2% projetam cortes entre agosto e setembro, respectivamente.

Tem também quem aposta em um ciclo de manutenção da taxa básica de juros mais longo, com 10,3% projetando as primeiras reduções em novembro e 3,9% em dezembro.

Por outro lado, tem um grupo de 16,1% que acredita que a Selic vai encerrar o ano sem alterações.

*Com informações da Reuters

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