Economia

Campos Neto evita queda de braço com governo e mercado reage à entrevista no Roda Viva

14 fev 2023, 7:07 - atualizado em 14 fev 2023, 7:07
roberto campos neto banco central roda viva segunda 13 fevereiro 2023 tv cultura meta inflação juros selic
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de entrevista no programa Roda Viva da TV Cultura e põe perspectiva sobre inflação e juros em debate (Imagem: Divulgação/ TV Cultura)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tratou de colocar panos quentes na queda de braço com o governo. Durante a participação no programa Roda Viva da TV Cultura, o comandante da autoridade monetária fez acenos importantes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“O clima foi, no geral, de criar pontes”, avalia o economista André Perfeito, em comentário logo após a entrevista de Campos Neto. Para ele, ainda que o presidente do BC tenha apontado divergência sobre uma eventual mudança das metas de inflação, ao mesmo tempo, sinaliza claramente que quer trabalhar “próximo” do governo.

“Ainda há muito o que se discutir, mas sem dúvida Campos Neto atingiu seus objetivos centrais com a entrevista”, avalia. Segundo o economista, o presidente do BC fez um gesto de bravura, ao aceitar falar ao programa em um momento em que o clima não é dos melhores entre a autoridade monetária e o Palácio do Planalto.

“Os riscos desta entrevista eram grandes. Afinal, uma fala mal colocada poderia ‘colocar fogo’ num clima já bastante estressada”, observa Perfeito. Porém, Campos Neto conseguiu colocar sua perspectiva em debate.  

“Ele foi claro em manter sua posição de defensor do sistema de metas, mas também apontou que há suavizações possíveis na condução da taxa Selic”, avalia o economista. “A questão, segundo Campos Neto (e que concordo), não é a Selic em si, mas a curva de juros como um todo”, explica. 

Para Perfeito, é “absolutamente pueril” baixar a Selic se o efeito for elevar as taxas de juros mais longos na curva futura. “Afinal, o Tesouro se financia em prazos mais longos”, emenda.

Como os mercados devem reagir?

Com isso, a reação dos mercados deve ser positiva, de maneira geral. “O real pode se apreciar nos próximos dias e a curva de juros deve retroceder com o fim do conflito entre Planalto e BC”, prevê Perfeito. A conferir.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar