Economia

Campos Neto está ‘atuando mais como um político do que como um economista’, diz Lula; presidente rasga elogios sobre Galípolo

30 ago 2024, 9:39 - atualizado em 30 ago 2024, 9:39

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e aproveitou para dizer que a indicação de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária, para a liderança da autarquia é extraordinária.

“O atual presidente do Banco Central está atuando mais como um político do que como um economista. Ele oferece muitas reuniões políticas, o que não deveria acontecer. A taxa de juros no Brasil atualmente não tem justificativa”, disse em entrevista à Rádio MaisPB.

“Não sei quem criou essa ideia de que o presidente do Banco Central é intocável, é um ser superior a tudo. Todo mundo recebe críticas — o governador é criticado, eu sou criticado — e o presidente do Banco Central, que passa mais tempo em Miami do que no Brasil, não quer ser criticado? Ele deve pensar na indústria, no comércio, não apenas nos interesses do mercado”, completou Lula.

Ao ser questionado sobre a indicação de Galípolo para o cargo de Campos Neto, confirmada na quarta-feira (28), o presidente disse que ele tem o perfil de uma pessoa extremamente competente e que ama o Brasil. Vale lembrar que o mandato de Campos Neto termina no final deste ano e Galípolo precisa passar pela aprovação no Senado.

“A indicação de Galípolo é extraordinária, e vamos nomear mais pessoas ainda este ano, pois até o próximo ano toda a equipe do Banco Central será renovada”, afirmou.

Lula ainda disse que o problema é que, no imaginário do mercado, o presidente do Banco Central deve ser um representante do sistema financeiro. Para Lula, esse cargo deve ser ocupado por “alguém que goste deste país, que pense na soberania nacional e que tome as decisões corretas”.

O presidente disse que Galípolo poderá subir ou cortar os juros, caso ache necessário, mas que é preciso ter uma explicação.

“O papel do Banco Central não é apenas controlar os juros, ele também deve ter uma meta de crescimento. Se não tivermos uma meta de crescimento alinhada com a meta de inflação e com a melhoria da qualidade de vida da população, o país não vai para lugar nenhum”, completou.

Sobre a independência do Banco Central e mandato dos diretores, Lula reforçou que é contra, mas que não vai mudar a configuração da autoridade monetária.

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Confira a entrevista de Lula na íntegra

 

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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