Economia

Campos Neto diz que surpresas positivas no PIB são resultado de reformas estruturais feitas nos últimos anos

04 set 2023, 16:06 - atualizado em 04 set 2023, 16:06
Roberto Campos Neto selic juros copom
O presidento do BC avaliou que por mais que as estimativas estejam baixas ‘pegamos um problema atrás do outro’. (Imagem: Marcos Oliveira / Agência Senado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou nesta segunda-feira (4) que as surpresas positivas observadas no crescimento econômico do Brasil podem ter origem em ganhos de eficiência gerados por reformas estruturais feitas no país nos últimos anos.

A fala veio durante a sua participação no evento Brazil Payments Forum, promovido pelo JPMorgan, em São Paulo. 

De acordo com Neto, há cerca de oito anos economistas estimavam o crescimento potencial do PIB brasileiro em cerca de 2,8%, citando a necessidade de implementação de reformas previdenciária, trabalhista e tributária, marcos de concessões, facilitação de abertura de empresas e modernização de sistemas de pagamento.

Ao mencionar que boa parte dessa lista foi trabalhada pelo país, ao menos com atendimento parcial das demandas, o presidente do BC argumentou que ainda assim os economistas veem um crescimento potencial mais baixo do que antes, em algo próximo a 1,8%.

“Aí você se pergunta, bom, deixa eu ver se entendi. Era 2,8% e precisava fazer dez coisas. O governo trabalhou e fez grande parte das dez coisas, e agora é 1,8%? É muito difícil, esse número é não observável, acho que é muito contaminado pelos crescimentos baixos recentes, pegamos um problema atrás do outro, como pandemia”, disse.

“Não tenho como provar empiricamente, mas pode ser que, em parte, as surpresas de crescimento que a gente está vendo já tem 15 meses de surpresa de crescimento para cima sejam por um ganho de eficiência cumulativo de várias coisas que foram feitas no passado”, acrescentou.

Durante a apresentação, Campos Neto ainda afirmou que um sistema de pagamentos transfronteiriços melhorará o comércio exterior do Brasil, comentário que vem em meio a esforços da autarquia para internacionalizar o Pix.

Com informações da Reuters