Campos Neto diz que não dá para afirmar que Brasil tem ‘taxa de juros exorbitante’; confira
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que, atualmente, o Brasil tem uma taxa de juros e inflação abaixo da média nacional.
Hoje, a Selic está no patamar de 10,50% ao ano, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,38% em julho — apontando para uma aceleração em relação à alta de 0,21% apurada em junho. O indicador também acelerou a alta acumulada em 12 meses até julho para 4,50%, de 4,23% no mês anterior.
“Não é possível afirmar que a gente tem uma taxa de juros exorbitante, apesar de ter uma inflação muito baixa”, afirmou em audiência pública com integrantes das comissões de Desenvolvimento Econômico, e de Finanças e Tributação, da Câmara dos Deputados.
O dirigente ponderou que as taxas de juros no Brasil são “absurdamente altas”, mas que o BC está trabalhando com taxas mais baixas do que comparada na história.
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Campos Neto ainda afirma que a autonomia da autoridade monetária está passando pelo seu primeiro teste, se referindo aos ataques vindos do governo e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A autonomia está passando pelo seu primeiro teste, eu tenho certeza que o processo vai amadurecer e as pessoas vão entender ao longo do tempo que o Banco Central é técnico, trabalha com horizonte diferente e que trabalha de forma a atingir o mandato que é determinado pelo governo”, disse.
Campos Neto usou as eleições de 2022, quando a taxa Selic foi elevada para o patamar de 13,75% ao ano, como exemplo para defender a autonomia do BC e argumento de que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom).