Economia

Campos Neto cita preocupação com possível efeito de mercado de trabalho apertado na inflação

10 jun 2024, 12:18 - atualizado em 10 jun 2024, 12:18
Banco Central, Roberto Campos Neto, Economia
Campos Neto cita preocupação com possível efeito de mercado de trabalho apertado na inflação (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira que a possibilidade de o mercado de trabalho apertado afetar inflação de serviços é uma preocupação, embora esse impacto ainda não tenha sido observado no Brasil.

“Ainda há essa ideia, embora isso não esteja acontecendo mecanicamente agora, de que em algum momento o mercado de trabalho muito apertado pode afetar a inflação de serviços de uma forma que seria uma ameaça para convergência de inflação no médio prazo”, afirmou em evento virtual promovido pela gestora Constellation.

O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 7,5% nos três meses encerrados em abril, marcando o nível mais baixo de desocupação para o período em 10 anos.

Campos Neto também disse que o prêmio de risco do Brasil medido pelos títulos do Tesouro Nacional atrelados à inflação, que estão com remuneração real acima de 6,3% ao ano, está muito alto.

“É um juro real alto quando você pensa na importância desse elemento para a estabilidade da dívida pública no longo prazo”, disse.

  • 850 mil brasileiros já estão recebendo, todos os dias, as atualizações mais relevantes do mercado financeiro. Você é um deles? Se a resposta for não, ainda dá tempo de “correr atrás do prejuízo”. Clique aqui para começar a receber gratuitamente. 

Ele afirmou ainda que os juros neutros, patamar que não estimula nem retrai a atividade, têm caído no Brasil ao longo do tempo, mas voltou a subir um pouco recentemente, o que precisa ser avaliado.

Campos Neto afirmou que números recentes de inflação foram benignos e mostram convergência, mas “não são muito diferentes do que esperávamos”, e ressaltou que as expectativas de inflação seguem em processo de desancoragem.

De acordo com o presidente do BC, a maior percepção de risco no Brasil no curto prazo é ligada à capacidade de haver harmonia entre políticas monetária e fiscal. Para ele, o desafio de longo prazo para o país é ampliar a produtividade da economia.

O presidente do BC voltou a dizer que o tema das contas públicas é uma fonte de preocupação, argumentando que a mudança de metas fiscais pelo governo ampliou incertezas no mercado.

Na apresentação, ele afirmou que o crescimento estrutural do Brasil está levemente mais alto, o que pode ser reflexo de reformas econômicas feitas pelo país nos últimos anos.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
reuters@moneytimes.com.br
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar