Campos Neto leva ‘puxão de orelha’ após falar em extinção do rotativo do cartão de crédito; entenda qual o plano
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na última quinta-feira (10) que o BC estuda propor a extinção do rotativo do cartão de crédito, que conta com uma taxa de 454% ao ano.
Segundo ele, os clientes que não quitassem a fatura do cartão de crédito entrariam automaticamente em um parcelamento, com juros em torno de 9%.
“A solução está se encaminhando para que o cliente não vá para o rotativo. Que vá direto para o parcelamento. Extingue o rotativo e quem não paga o cartão vai direto para um parcelamento com taxa ao redor de 9%. E a gente cria algum tipo de tarifa para desincentivar esse tipo de parcelamento sem juros tão longo. Não é proibir o parcelamento sem juros”, disse Campos Neto em audiência no Senado.
O problema é que o presidente do BC caiu no meio de um cabo de guerra entre o governo e os bancos envolvendo os cartões de crédito. Enquanto a equipe econômica procura uma maneira de limitar os juros rotativos, as instituições financeiras tentam barrar a proposta que tramita na Câmara dos Deputados.
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Nesta sexta-feira, Campos Neto afirmou não ter detalhes sobre medida que envolve o tema, ressaltando ter tomado um “puxão de orelha” após ter indicado a modalidade poderá ser extinta.
“A gente não tem os detalhes ainda, eu tomei um puxão de orelha depois que eu falei, mas a gente deve, nos próximos dias, ter um formato”, afirmou, enfatizando novamente que a ideia é que faturas de cartão não pagas caiam direto no crédito parcelado, e não no rotativo.
Em evento promovido pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), o presidente do BC afirmou ainda que a medida está sendo elaborada em conjunto com o Ministério da Fazenda, voltando a defender também uma limitação nos parcelamentos sem juros do cartão.
“O comércio diz que precisa do parcelado sem juros porque estimula compra, mas se nada for feito e houver um colapso na indústria em cartões de crédito, vai ter queda muito grande em vendas”, disse.
* Com Reuters