Campanha de Trump afetada por vírus enquanto Biden avança
A corrida de Donald Trump pela reeleição à presidência dos Estados Unidos teve o próprio candidato, o gerente de campanha e a presidente do partido contagiados pela Covid-19.
Trump está com pouco dinheiro para a campanha, o democrata Joe Biden avança nas pesquisas e sua maior aposta para conquistar eleitores – os comícios que impulsionaram sua vitória em 2016 – agora é incerta no mês que antecede as eleições.
Trump ainda domina as manchetes, mas pelos motivos errados – está no hospital para lutar contra um vírus que tentou apagar da história de sua presidência enquanto apelava aos eleitores por um segundo mandato.
Agora, o coronavírus domina o debate em torno de Trump. Devido ao diagnóstico, Trump foi internado no Centro Médico Militar Nacional Walter Reed na sexta-feira, e o vírus continua a se propagar na Casa Branca, aparentemente devido à mesma indiferença às precauções básicas que o próprio Trump demonstrou durante meses.
Se Trump poderá participar dos dois debates presidenciais finais deste mês é uma questão em aberto, embora os eleitores tenham criticado seu desempenho no primeiro debate, quando interrompeu Biden tantas vezes que o ex-vice-presidente finalmente lhe disse para calar a boca.
A série de desastres políticos “certamente causa grande preocupação nas últimas semanas de uma campanha em que o presidente está atrás nas pesquisas e na arrecadação de fundos”, disse Ed Rollins, estrategista republicano que comanda o comitê de ação política pró-Trump Great America.
Sobre os líderes da campanha afetados pelo vírus, Rollins disse: “Esses são tomadores de decisão e, normalmente, a carga de trabalho só se intensifica para esses indivíduos nos últimos dias”.
Entre os contagiados estão os principais responsáveis por garantir a reeleição de Trump: o gerente de campanha, Bill Stepien; a presidente do Partido Republicano, Ronna McDaniel; sua assessora Hope Hicks; a esposa, Melania; seu coach de debates e ex-governador de Nova Jersey Chris Christie; e vários senadores que ajudarão a confirmar o nome de sua indicada à Suprema Corte, Amy Coney Barrett, antes de 3 de novembro.
“Certamente, não ajuda”, disse Chris Wilson, estrategista republicano que trabalhou na campanha presidencial de 2016 do senador Ted Cruz. “Supondo que todos tenham apenas sintomas leves a moderados, isso ainda atrasa as coisas e torna a campanha menos ágil e responsiva às notícias.”
‘Operação MAGA’
Trump procurou revigorar a campanha de reeleição com a “Operação MAGA”, um esforço para trazer representantes importantes como o vice-presidente Mike Pence, a família Trump e outros.
Alguns desses representantes falaram em programas no domingo em Washington e ofereceram uma perspectiva otimista da condição de saúde de Trump, enquanto médicos levantavam a possibilidade de o presidente sair do hospital na segunda-feira. Com a aprovação de sua equipe médica, de acordo com a Casa Branca, Trump saiu brevemente do hospital Walter Reed para acenar aos seguidores no domingo.
As pesquisas de opinião não partidárias mostram uma disputa acirrada em vários estados onde Trump venceu em 2016, incluindo Carolina do Norte e Geórgia. O ex-vice-presidente mostra ligeira vantagem em ambos, de acordo com uma média de pesquisas da RealClearPolitics.
Pence terá mais peso e uma agenda de campanha mais intensa para ajudar a preencher o vazio enquanto Trump está hospitalizado, assim como dois filhos do presidente, Donald Trump Jr. e Eric Trump, segundo informações da campanha.