Política

Campanha de Lula decide ignorar denúncia bolsonarista sobre propaganda eleitoral

26 out 2022, 20:12 - atualizado em 26 out 2022, 20:12
Paulo Dantas e Lula
A ordem na campanha de Lula é ignorar o assunto nas redes, nas propagandas e nos discursos (Divulgação/Paulo Dantas)

O PT decidiu não entrar num debate com o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a denúncia bolsonarista de que rádios no Nordeste não teriam veiculado inserções publicitárias de sua campanha à reeleição, e a ordem no QG do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é não alimentar o assunto.

“Acho que, sem querer ser arrogante, bateu um desespero”, disse o tesoureiro da campanha petista, Márcio Macedo.

No início da noite desta quarta-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, decidiu rejeitar a denúncia.

A ordem na campanha de Lula é ignorar o assunto nas redes, nas propagandas e nos discursos.

De acordo com uma fonte petista, a avaliação é que se trata de mais uma tentativa de criar um fato novo diante da sequência de notícias negativas para a campanha de Bolsonaro.

“Vamos ignorar”, garantiu a fonte.

Bolsonaro vem tentando se passar de vítima na situação e ainda usá-la para reforçar seus costumeiros ataques ao TSE e ao PT. “O que foi feito, comprovado por nós, pela nossa equipe técnica, é interferência, é manipulação de resultado… lamentavelmente PT e TSE têm muito que se explicar nesse caso”, disse Bolsonaro, sem elaborar como o PT poderia estar envolvido no caso.

De acordo com a legislação, cabe aos partidos enviarem às emissoras o material a ser apresentado e também a fazerem a fiscalização do que está sendo apresentado.

“Não vamos tratar disso. É puro desespero”, disse a fonte petista.

O tesoureiro da campanha petista reforçou que a ideia é continuar a falar dos temas que importam à população (Imagem: Flickr/ Lula Oficial/ Ricardo Stuckert)

Nesta quarta-feira começaram a aparecer insinuações de aliados bolsonaristas de que seria necessário adiar a eleição para supostamente equilibrar o tempo da propaganda eleitoral.

As datas das eleições, no entanto, estão previstas na Constituição. Para mudá-las, como foi feito em 2020 nas eleições municipais devido à pandemia de Covid-19, é preciso aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

“Não tem clima para isso. Mesmo que tivesse tempo, não tem clima nacional, internacional, nenhum para isso”, disse Macedo.

Para a presidente do PT, o episódio mostra “Bolsonaro querendo bagunçar a eleição outra vez”.

“Fez acusação sem provas sobre propaganda eleitoral em rádios, tomou uma invertida do TSE e agora quer jogar a culpa nos outros”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no Twitter.

O tesoureiro da campanha petista reforçou que a ideia é continuar a falar dos temas que importam à população.

“Vamos dialogar com o povo, falar da vida do povo, da economia”, disse. “Deixa eles (bolsonaristas) lá.”

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