Caminhoneiros não veem refresco na gasolina ao zerar ICMS e seguem pressionando a Petrobras (PETR4)
Os caminhoneiros não estão comprando as promessas do governo federal de que os preços dos combustíveis vão ficar mais baratos com a revisão da carga tributária, que pode chegar a zerar a cobrança de ICMS.
Lideranças da categoria dizem ao Money Times nesta terça-feira (7) que o problema principal não são os impostos.
O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta segunda-feira (6) que o governo federal propôs zerar a cobrança de ICMS, um imposto estadual, sobre o diesel com compensação aos Estados pela perda de arrecadação através de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).
“Os preços dos combustíveis no Brasil vão continuar subindo, uma vez que o real problema não está sendo enfrentado, esse movimento é só um paliativo para aumentar o diesel novamente, se não elevar o preço, vai faltar diesel nos postos, fruto da atual política de preços da Petrobras (PETR4)”, afirma Wallace Landim, o Chorão. presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores).
Por que não adianta reduzir os impostos?
Na visão dos caminhoneiros, retirar o ICMS dos combustíveis, imposto estadual, é como tomar dinheiro do vizinho para pagar uma conta que é de responsabilidade do governo federal.
Enquanto a PEC para baratear os combustíveis ainda precisa ser aprovada tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, os caminhoneiros — responsáveis por quase 60% dos transportes realizados no Brasil — lembram que a parcela dos impostos na composição de preço dos combustíveis é mínima
“A isenção do PIS, Cofins e da Cide representam 6% na composição de preço do diesel, não refresca na vida do caminhoneiro, e não resolve a inflação que está matando o povo mais pobre de fome”, alerta Landim.
Desde o governo Temer em 2016 que a Petrobras utiliza o Preço de Paridade de Importação (PPI) para definir o valor que cobrará dos distribuidores de combustíveis, antes da chegada nos postos de abastecimento.
O PPI usado pela Petrobras leva em conta a variação do petróleo tipo Brent no mercado internacional e, consequentemente, também aprecia a cotação do dólar, tudo isso entra no cálculo da estatal.
O Brasil é autossuficiente em petróleo, mas não em combustíveis. Em 2021, o país importou 23% do diesel e 8% da gasolina que consumiu.
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