Camil (CAML3) registra queda de 16% no lucro no 1T25, impactado por recuo em volume de vendas e preços

A processadora de alimentos Camil (CAML3) apresentou nesta terça-feira (15) seus resultados referente ao primeiro trimestre do ciclo 2025 (1T25), entre março e maio. Com queda no volume de vendas em relação ao mesmo período de 2024, o lucro da companhia também recuou.
O lucro líquido da Camil somou R$ 66 milhões no período, recuo de 16% ante o primeiro trimestre contábil de 2024. Por outro lado, houve uma recuperação em relação ao trimestre entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, quando a companhia amargou prejuízo de quase R$ 25 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 8,4% na comparação anual, ficando em R$ 233 milhões. A margem Ebitda ficou praticamente estável, em 8,7%.
Com a margem estável, o que afetou a lucratividade da Camil em relação ao 1T24 foram as receitas. Houve queda de 7% em um ano, para R$ 2,7 bilhões.
As vendas no mercado brasileiro foram o principal fator que explica este recuo no faturamento da Camil no começo de 2025.
A emrpesa divide seus produtos em duas categorias. A chamada Alto Giro, composta por produtos mais básicos, como arroz e feijão, teve queda superior a 13,6% no volume vendido no 1T25, para 507 mil toneladas.
Na categoria chamada Alto Valor, composta por produtos mais processados, como massas e biscoitos, a queda foi menor, de 3,7%. Com o volume maior dos produtos de Alto Giro, a queda total no mercado brasileiro foi de 12,4%.
Esse desempenho foi parcialmente compensado pelas vendas feitas pela Camil no exterior. No mercado internacional, a companhia cresceu em quase 20% o volume de vendas no 1T25, na comparação anual. Assim, em volume, as vendas totais recuaram menos de 3% em um ano.
Preços em queda
Outro grande problema enfrentado pela Camil foram os preços. E nesse quesito, o mercado internacional foi o que mais atrapalhou, com queda de quase 31%, com médida de R$ 4,49 por quilo de alimento.
Houve um recuo importante também no mercado doméstico, especialmente nos produtos de maior valor agregado. A categoria Alto Valor apresentou queda de 24% em um ano, para um preço médio de R$ 13,96 por quilo.
O impacto é grande, principalmente por conta da diferença de preço em relação à categoria Alto Giro. Nela, também houve queda, de 11,6%, para R$ 3,96 o quilo.
Na mensagem da Administração que acompanha o balanço, a Camil deixou uma mensagem mais otimista. Principalmente sobre a categoria Alto Valor.
“Massa, café e biscoitos são categorias de alto valor que operam ainda a cerca de metade da capacidade instalada, trazendo oportunidades importantes de expansão de volumes e, consequentemente, de eficiência com diluição de custos e de melhoria de rentabilidade”, diz a carta assinada pelo presidente da companhia, Luciano Quartiero, e pelo diretor de Finanças e Relações com Investidores, Flavio Vargas.