Camil (CAML3): JP Morgan realiza duplo rebaixamento para ação, que derrete nesta terça-feira (25); veja motivos
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O JP Morgan rebaixou sua recomendação para Camil (CAML3) de overweight (compra) para underweight (venda), já que a estratégia de crescimento da empresa impulsionada por fusões e aquisições (M&A) parece ter atingido um limite. Com a taxa básica de juros (Selic) em alta no Brasil, a alavancagem financeira da companhia subiu para acima de 4 vezes, o que resulta em queima de caixa.
Os analistas do banco acreditam que a recuperação de ativos comprados recentemente está demorando mais do que o esperado, devido a desafios competitivos. Por volta de 16h23, a ação recuava 8,27%.
“Negócios tradicionais de alto giro devem ter um 2025 mais desafiador, em especial para o açúcar – com margens estruturalmente fracas devido ao modelo de negócios não integrado – e uma oferta maior de arroz em 2025, o que reduziria os preços”, explicam Lucas Ferreira, Larissa Perez e Froylan Mendez.
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O JP Morgan também enxerga precificação alta para a ação, com as ações sendo negociadas a 6,7 vezes a relação entre valor de mercado e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), indicador conhecido como EV/Ebitda. A média histórica de 5 anos é de 5,9 vezes, enquanto os pares da Camil negociam a uma média de 4,2 vezes EV/Ebitda.
“Estamos retirando nossa meta de preço para Camil (R$ 12 por ação em dezembro de 2024). Nossas estimativas de Ebitda para 2024 e 2025 estão atualmente 12% e 13% abaixo da média de consenso da Bloomberg”.
Para o banco, em tempo de forte concorrência, inflação crescente e elasticidade do consumidor em ascensão, a estratégia de ganhar espaço nas prateleiras é mais difícil do que o esperado.