Camil (CAML3): BTG Pactual corta preço-alvo em 20%, mas ainda vê papel valorizar; veja recomendação para a ação
O BTG Pactual reduziu sua expectativa de preço-alvo para Camil (CAML3). Antes, os analistas projetavam a ação a R$ 10, mas após reuniões com a presença do CEO e do CFO da empresa, o banco decidiu cortar a projeção para R$ 8, que ainda representa um potencial de valorização de 68% de acordo com o último fechamento (R$ 4,76).
As reuniões com os executivos foram motivadas pela divulgação dos resultados da Camil no terceiro trimestre de 2024 (3T24), realizada pela empresa no último dia 9. Os números ficaram abaixo do esperado, com lucro líquido encolhendo 69%.
Apesar do reajuste e da preocupação com o desempenho da empresa no curto prazo, o BTG ainda recomenda compra da ação. “Enxergamos oportunidades de recuperação de margens em diversos segmentos. Com o tempo, essa melhoria pode impulsionar um forte crescimento nos lucros, tornando a Camil uma tese de investimento atrativa no longo prazo”, afirma.
O que explica o momento da Camil (CAML3)?
Em relatório divulgado na manhã desta terça-feira, o BTG detalhou a conversa com os administradores da companhia. De acordo com os analistas, o aspecto mais preocupante nos resultados recentes foi a queda nos volumes de vendas.
Segundo o BTG, produtos de bens de consumo considerados básicos, que representam a maior parte do portfólio da empresa, geralmente apresentam uma demanda previsível devido à necessidade diária de seus produtos. Sendo assim, os volumes tendem a ser estáveis em períodos de 12 meses.
No entanto, os volumes do segmento de alto giro da Camil caíram 6% no 3T24, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a empresa, isso foi impulsionado pela redução nos estoques do varejo, que anteciparam uma safra favorável no Brasil e preços mais baixos.
“Os próximos trimestres serão cruciais para confirmar isso. Caso os volumes aumentem em base anual no 4T24 e 1T25, a explicação da gestão de estoques será validada. Por outro lado, a ausência de recuperação pode indicar alguma perda de participação de mercado”, diz o BTG.
Em relação aos produtos, a queda de preços do arroz pode trazer dificuldades para a empresa. De outubro a janeiro, o valor da saca foi de R$ 120 para R$ 100. De acordo com o BTG, a empresa espera compensar a redução com novas operações no Paraguai.
Sobre o açúcar, o cenário é mais desafiador. Para os analistas, enquanto os preços locais estão sendo vendidos com desconto em relação às exportações, a Camil adquire o produto com base nos preços internacionais, dificultando a obtenção de margens elevadas, mesmo para uma marca mais forte da categoria.
Diante deste cenário, o BTG também reduziu a estimativa do Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa em 2025, de R$ 1,1 bilhão anteriormente, para R$ 923 milhões. Caso a projeção se confirme, o banco avalia como um número praticamente estável na comparação anual.
- Cyrela, Tenda, Direcional ou Plano & Plano: Em qual investir? Confira recomendação de especialista no Giro do Mercado desta terça-feira (21):