Camil (CAML3) recua mais de 12% após resultados do 3T24; hora de comprar?
As ações da Camil (CAML3) registram queda significativa nesta sexta-feira (10), após fraco desempenho no terceiro trimestre de 2024 (3T24). O lucro líquido da empresa caiu 69% em comparação com o mesmo período em 2023 (a/a) e 62,7% em relação ao trimestre anterior (t/t).
Por volta das 15 horas, a ação da empresa recuava mais de 12% na B3.
Na visão dos analistas do BTG Pactual, os números fracos da empresa já eram esperados, contudo, a receita surpreendeu positivamente, alcançando R$ 3,1 bilhões, uma alta de 3% a/a. O banco recomenda compra e projeta preço-alvo de R$ 10, que representa potencial de valorização de 74% ante o fechamento de ontem (9), que foi de R$ 5,74. Com a queda de hoje, a valorização pode ultrapassar os 100%.
O Itaú BBA também vê os resultados dentro do esperado e recomenda a compra das ações da Camil, com preço-alvo de R$9.
Queda de volumes e alavancagem elevada causam incerteza
Em análise sobre os resultados da empresa, o BTG destacou a queda de 6% na comparação anual no segmento de alta rotatividade, que aliada a preços médios estáveis reduziu a receita para R$ 1,4 bilhão, representando queda de 18%.
“Embora parte da queda de volume possa refletir o consumo antecipado de estoques pelos varejistas, é improvável que um produto básico como o arroz apresente uma redução tão acentuada”, dizem os analistas. O segmento de alto valor também recuou 11% na base anual.
O banco acredita que um ambiente mais competitivo pode ter contribuído para essa expressiva queda nos volumes. Apesar da recomendação de compra, os analistas pregam mais cautela, já que a empresa possui uma alta alavancagem.
A dívida líquida da Camil fechou o 3T24 em R$ 4,3 bilhões, resultando em um índice Dívida Líquida/Ebitda ajustado de 4,5x. “Com a elevação das taxas de juros no Brasil pressionando os lucros e a geração de fluxo de caixa livre, somada aos recentes resultados fracos, esperamos que a ação permaneça sob pressão”, afirmam.
“Sinais de retomada da trajetória de crescimento a que estávamos acostumados serão cruciais para restaurar a confiança dos investidores”, conclui.
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